
A conselho de Zeus, o Senhor do Céu associado à justiça e à lei, resolvi enfiar umas carapuças, não de mines, porque isso são caricas e há para aí muito capsulífero a dizer "BOTA MINIS", mas sim de gorros de lã de carneiros, porque agasalham bem a cabeça no período do Inverno.
A hora é estranha. O modismo mediático neste famoso blogue, protagonizado por um Senhor que joga também no seu próprio blogue, impõe que não seja notícia o facto de o cão urinar nos poste; agora tem de ser o poste a urinar no cão.
O cão começou a ladrar há muitos anos, mais propriamente no décimo e último ano da guerra de Tróia. Este cão fazia parte da epopeia do grego Homero ( não o Presidente da JFL, que, aliás, também foi contemplado) e chamava-se AQUILES. Esta guerra mitológica chegou aos tempos de hoje e teve uma narração no AMO-TE LUSO. Juntou-se a HELENA, mas foram esquecidos o HEITOR e o AGAMENON .
Pois esta história foi vivida no LUSO e o panorama geral não é dos melhores: É como se a mortalidade flutuasse no ar e vivêssemos um intervalo, num lugar que não mais nos reconhece. Como se a sabedoria, a decência e lucidez voassem pela janela, à medida que a crise do AQUILES se adensa. Todavia no fundo do nosso íntimo vive a convicção de que o homem volta sempre às suas próprias necessidades de beleza, verdade, discernimento. É por isso que eu acredito que na escrita, no ensino e aprendizagem da vida só perdura aquilo que obedece a três critérios que talvez o "nosso" AQUILES não conheça: esplendor ético e estético, força intelectual, sapiência.
Mas é uma crença desmentida pela conjuntura em que vive o AQUILES LUSENSE. Este é o tempo de DOM QUIXOTE: de beirar a transcendência e simultaneamente de sucumbir à desilusão, como se apenas houvéssemos de alcançar a apoteose no silêncio tranquilo do aniquilamento e resignação. Não, Amigo AQUILES, começaste a guerra e tens um calcanhar muito frágil, lembra-te sempre disso, nunca o esqueças. Aceitemos, pois, os limites das possibilidades, sem esquecer as palavras de HITEL: «Onde não houver Homens, esforçai-vos para agir como um Homem». Pois foi isso que eu tentei Amigo AQUILESI E tendo também em conta a advertência de TARPHON: «Não sois obrigados a concluir a obra, mas tampouco estais livres para desistir dela.» Eu não desisto da minha obra, Amigo AQUILES, e tu sabes muito bem qual ela é.
Mantenhamos vivas as convicções ganhas num trajecto esforçado, suado e limpo. E continuemos a iluminar as noites e dias da dúvida opressora com este clarão de Mário Quintana: «A vida são deveres que nós trouxemos para fazer em casa,» Para os guardar e cumprir, guarda e cumpre os teus deveres, Amigo AQUILES, que eu vou procurar guardar e cumprir os meus. Não venhas agora dizer que alguém lixou um blogue de outrem que toda a gente gosta, porque foste tu AQUILES, que num e-mail que ainda guardo, me disseste que eu fazia bem em colocar o Senhor de AS PULHAS em tribunal, e disseste-me ainda que esse blogue era miserável e que morreu porque o Senhor seu Dono não tinha carácter. Podes então dizer-me quem é o autor de AS PULHAS, não é verdade? É que tu, nos e-mails que me enviaste, dizias desconhecer tal personagem!!!!...
Sei que muitos dos nossos deveres caíram em desuso. Quem os observa põe sobre os ombros a carga dos trabalhos da consciência acordada. Por isso são cada vez mais os que ignoram compromissos e obrigações, os dissimulados que pautam a conduta apenas por contratos firmados e explícitos, como se não houvesse a presidir aos nossos actos princípios implícitos, que não precisam de ser ditos e formulados., É por isso Amigo AQUILES que não deves falar em polícias e ladrões, em brincadeiras, em aliados, em nicks, em clonagem como, talvez, a da ovelha Dolly, porque corres o risco de eu te aconselhar, também, em te veres ao espelho, mesmo que esse mesmo espelho tenha de ser comprado numa loja dos chineses, ou numa loja dos trezentos, para veres a tua figura, aquela que tu tanto tens feito em blogues e de que, agora, tanto pretendes acusar o teu semelhante, aqueles a quem tratavas por Amigo e juravas fidelidade para o defender no AMO-TE LUSO.
Convivi várias vezes com Miguel Torga. Bebi da sua sabedoria e confesso como ele:«Aparelhei o barco da ilusão/E forcei a fé do marinheiro,/Era longe o meu sonho, e traiçoeiro/O mar.../Mas corto as ondas sem desanimar:/Em qualquer aventura,/O que importa é partir, não é chegar.»
Enfim, quero com ele seguir o caminho traçado, para não cair na farsa e mentira. Os enganadores têm o castigo de ser o que são; não são nada, falta-lhes identidade. Por isso ZEUS castigou-te AQUILES. É por isso que eu anseio passar de cara erguida, leve e orgulhoso de mim, por entre a multidão desfigurada onde existe um AQUILES com pés de barro.
Sim, prefiro a dificuldade dorida do dever porfiado à vantagem indevida do dever contornado. Até porque o homem que a dor não educou não passa de uma criança. A dor torna-nos mais fortes e por certo sábios, cépticos e prudentes, embora mais pessimistas e solitários, mesmo correndo o risco de estarem constantemente a dizer que eu me estou a vitimizar. Não Amigo AQUILES, a vida é cíclica e temos de a enfrentar com CORAGEM.
Conheço gente que é incomparável no tamanho e limpidez da alma e do coração, dos sonhos, do afecto e generosidade, da alegria de dar, de ser fraterna. Infelizmente tu, AQUILES, não fazes parte dessa gente de bem, que são portugueses, não por apenas saber trautear a cantiga de Alfredo Keil, mas sim porque são gente do povo, simples e humildes que incendeiam de riso, harmonia e festa o cântico sofrido e magoado da existência.
Perdoa-me AQUILES por tantas vezes te fazer consultar o dicionário e isso ser tema das convesas nos bares do nosso querido Luso. Além do dicionário podes consultar www.priberam.pt/dlpo. Eu aceito sempre, com bom grado, as palavras que não conheço, especialmente aquelas que provêm de uma pessoa que aqui escreve com muita sabedoria, a tua Amiga LUA. Nesse aspecto sou protuso e sou, assim, empurrado para diante sempre na tentativa de aprender mais e melhor.
Aqui te deixo este texto. Talvez o devesse deitar fora e escrever de novo. Eis uma sugestão para algo mais lato e abrangente: para recomeçar o texto da vida e reinventar as margens que o seu curso deve seguir: Afinal a vida é uma viagem; é nesta que a aprendizagem acontece e amadurece. O saber vem-nos do sabor que a viagem oferece. Estamos e somos em trânsito, num mar salgado e fundo de vivo encantamento e ácida desilusão.
Pois é assim grande AQUILES, herói de Tróia, cuja HELENA ofendeste e, depois, mandaste-me pedir-lhe desculpa.
Sou eu Senhor FAUFIU a quem o EL TONEL oferece a carapuça que não é um elmo como aquele que usava o AQUILES no célebre conto do HOMERO. Foi aí que começou a guerra protagonizada pelo narrador histórico EL TONEL. Não faças mais declarações de pureza, AQUILES, porque elas já fedem Não vejas as coisas com um só olho como o ciclope polifemo, ainda por cima daltónico por uma só cor acompanhados de hilariantes comentários, pormenores bem conhecidos de "anjos negros" que neste blogue te potegem. Se duvidas arranja uns óculos e não tenhas mal de inveja do novo blogue lusense: LUSO OS PÓS E OS CONTRAS (www.lusoprosecontras.blogspot.com).
Sou eu FAUFIU, o Jorge da BANHEIRA, que leva agora "banheiradas" do El Tonel, o tal que jurou fidelidade e prestou juramento ao Jorge Campos Carvalho, como o Robin Hood prestou ao Rei Ricardo Coração de Leão.
Apesar de tudo, não te vou abandonar EL TONEL, contrariando a tua sugestão, ou a tua súplica, deixo isso ao teu intelectual critério.
Aquiles morreu porque tinha um calcanhar muito fraco!
JORGE CAMPOS CARVALHO
SOU LUSENSE ATÉ À MORTE!