20.11.06

A ILÍADA - PARTE II

A conselho de Zeus, o Senhor do Céu associado à justiça e à lei, resolvi enfiar umas carapuças, não de mines, porque isso são caricas e há para aí muito capsulífero a dizer "BOTA MINIS", mas sim de gorros de lã de carneiros, porque agasalham bem a cabeça no período do Inverno.
A hora é estranha. O modismo mediático neste famoso blogue, protagonizado por um Senhor que joga também no seu próprio blogue, impõe que não seja notícia o facto de o cão urinar nos poste; agora tem de ser o poste a urinar no cão.
O cão começou a ladrar há muitos anos, mais propriamente no décimo e último ano da guerra de Tróia. Este cão fazia parte da epopeia do grego Homero ( não o Presidente da JFL, que, aliás, também foi contemplado) e chamava-se AQUILES. Esta guerra mitológica chegou aos tempos de hoje e teve uma narração no AMO-TE LUSO. Juntou-se a HELENA, mas foram esquecidos o HEITOR e o AGAMENON .
Pois esta história foi vivida no LUSO e o panorama geral não é dos melhores: É como se a mortalidade flutuasse no ar e vivêssemos um intervalo, num lugar que não mais nos reconhece. Como se a sabedoria, a decência e lucidez voassem pela janela, à medida que a crise do AQUILES se adensa. Todavia no fundo do nosso íntimo vive a convicção de que o homem volta sempre às suas próprias necessidades de beleza, verdade, discernimento. É por isso que eu acredito que na escrita, no ensino e aprendizagem da vida só perdura aquilo que obedece a três critérios que talvez o "nosso" AQUILES não conheça: esplendor ético e estético, força intelectual, sapiência.
Mas é uma crença desmentida pela conjuntura em que vive o AQUILES LUSENSE. Este é o tempo de DOM QUIXOTE: de beirar a transcendência e simultaneamente de sucumbir à desilusão, como se apenas houvéssemos de alcançar a apoteose no silêncio tranquilo do aniquilamento e resignação. Não, Amigo AQUILES, começaste a guerra e tens um calcanhar muito frágil, lembra-te sempre disso, nunca o esqueças. Aceitemos, pois, os limites das possibilidades, sem esquecer as palavras de HITEL: «Onde não houver Homens, esforçai-vos para agir como um Homem». Pois foi isso que eu tentei Amigo AQUILESI E tendo também em conta a advertência de TARPHON: «Não sois obrigados a concluir a obra, mas tampouco estais livres para desistir dela.» Eu não desisto da minha obra, Amigo AQUILES, e tu sabes muito bem qual ela é.
Mantenhamos vivas as convicções ganhas num trajecto esforçado, suado e limpo. E continuemos a iluminar as noites e dias da dúvida opressora com este clarão de Mário Quintana: «A vida são deveres que nós trouxemos para fazer em casa,» Para os guardar e cumprir, guarda e cumpre os teus deveres, Amigo AQUILES, que eu vou procurar guardar e cumprir os meus. Não venhas agora dizer que alguém lixou um blogue de outrem que toda a gente gosta, porque foste tu AQUILES, que num e-mail que ainda guardo, me disseste que eu fazia bem em colocar o Senhor de AS PULHAS em tribunal, e disseste-me ainda que esse blogue era miserável e que morreu porque o Senhor seu Dono não tinha carácter. Podes então dizer-me quem é o autor de AS PULHAS, não é verdade? É que tu, nos e-mails que me enviaste, dizias desconhecer tal personagem!!!!...
Sei que muitos dos nossos deveres caíram em desuso. Quem os observa põe sobre os ombros a carga dos trabalhos da consciência acordada. Por isso são cada vez mais os que ignoram compromissos e obrigações, os dissimulados que pautam a conduta apenas por contratos firmados e explícitos, como se não houvesse a presidir aos nossos actos princípios implícitos, que não precisam de ser ditos e formulados., É por isso Amigo AQUILES que não deves falar em polícias e ladrões, em brincadeiras, em aliados, em nicks, em clonagem como, talvez, a da ovelha Dolly, porque corres o risco de eu te aconselhar, também, em te veres ao espelho, mesmo que esse mesmo espelho tenha de ser comprado numa loja dos chineses, ou numa loja dos trezentos, para veres a tua figura, aquela que tu tanto tens feito em blogues e de que, agora, tanto pretendes acusar o teu semelhante, aqueles a quem tratavas por Amigo e juravas fidelidade para o defender no AMO-TE LUSO.
Convivi várias vezes com Miguel Torga. Bebi da sua sabedoria e confesso como ele:«Aparelhei o barco da ilusão/E forcei a fé do marinheiro,/Era longe o meu sonho, e traiçoeiro/O mar.../Mas corto as ondas sem desanimar:/Em qualquer aventura,/O que importa é partir, não é chegar.»
Enfim, quero com ele seguir o caminho traçado, para não cair na farsa e mentira. Os enganadores têm o castigo de ser o que são; não são nada, falta-lhes identidade. Por isso ZEUS castigou-te AQUILES. É por isso que eu anseio passar de cara erguida, leve e orgulhoso de mim, por entre a multidão desfigurada onde existe um AQUILES com pés de barro.
Sim, prefiro a dificuldade dorida do dever porfiado à vantagem indevida do dever contornado. Até porque o homem que a dor não educou não passa de uma criança. A dor torna-nos mais fortes e por certo sábios, cépticos e prudentes, embora mais pessimistas e solitários, mesmo correndo o risco de estarem constantemente a dizer que eu me estou a vitimizar. Não Amigo AQUILES, a vida é cíclica e temos de a enfrentar com CORAGEM.
Conheço gente que é incomparável no tamanho e limpidez da alma e do coração, dos sonhos, do afecto e generosidade, da alegria de dar, de ser fraterna. Infelizmente tu, AQUILES, não fazes parte dessa gente de bem, que são portugueses, não por apenas saber trautear a cantiga de Alfredo Keil, mas sim porque são gente do povo, simples e humildes que incendeiam de riso, harmonia e festa o cântico sofrido e magoado da existência.
Perdoa-me AQUILES por tantas vezes te fazer consultar o dicionário e isso ser tema das convesas nos bares do nosso querido Luso. Além do dicionário podes consultar www.priberam.pt/dlpo. Eu aceito sempre, com bom grado, as palavras que não conheço, especialmente aquelas que provêm de uma pessoa que aqui escreve com muita sabedoria, a tua Amiga LUA. Nesse aspecto sou protuso e sou, assim, empurrado para diante sempre na tentativa de aprender mais e melhor.
Aqui te deixo este texto. Talvez o devesse deitar fora e escrever de novo. Eis uma sugestão para algo mais lato e abrangente: para recomeçar o texto da vida e reinventar as margens que o seu curso deve seguir: Afinal a vida é uma viagem; é nesta que a aprendizagem acontece e amadurece. O saber vem-nos do sabor que a viagem oferece. Estamos e somos em trânsito, num mar salgado e fundo de vivo encantamento e ácida desilusão.
Pois é assim grande AQUILES, herói de Tróia, cuja HELENA ofendeste e, depois, mandaste-me pedir-lhe desculpa.
Sou eu Senhor FAUFIU a quem o EL TONEL oferece a carapuça que não é um elmo como aquele que usava o AQUILES no célebre conto do HOMERO. Foi aí que começou a guerra protagonizada pelo narrador histórico EL TONEL. Não faças mais declarações de pureza, AQUILES, porque elas já fedem Não vejas as coisas com um só olho como o ciclope polifemo, ainda por cima daltónico por uma só cor acompanhados de hilariantes comentários, pormenores bem conhecidos de "anjos negros" que neste blogue te potegem. Se duvidas arranja uns óculos e não tenhas mal de inveja do novo blogue lusense: LUSO OS PÓS E OS CONTRAS (www.lusoprosecontras.blogspot.com).

Sou eu FAUFIU, o Jorge da BANHEIRA, que leva agora "banheiradas" do El Tonel, o tal que jurou fidelidade e prestou juramento ao Jorge Campos Carvalho, como o Robin Hood prestou ao Rei Ricardo Coração de Leão.
Apesar de tudo, não te vou abandonar EL TONEL, contrariando a tua sugestão, ou a tua súplica, deixo isso ao teu intelectual critério.
Aquiles morreu porque tinha um calcanhar muito fraco!

JORGE CAMPOS CARVALHO
SOU LUSENSE ATÉ À MORTE!

11 Comments:

At 11/20/2006 06:35:00 da tarde, Blogger El Tonel said...

ahhhh... prontos. Eu bem me parecia que o novo blog era teu... lololol

Foi só para ter a certeza...

 
At 11/20/2006 08:13:00 da tarde, Blogger future-believer said...

Esforçaste-te!
Li o texto todo, e cheguei à conclusão:
Gostas do Luso, e queres lutar pelo Luso.
Então continua, e podes até começar por onde costumas estar mais tempo!
Aí também podias fazer um figurão.

 
At 11/21/2006 01:53:00 da manhã, Blogger Jorge Carvalho said...

Não tenho nenhum blogue, não sei criar um blogue. Para isso tinha de aprender contigo que me ensinaste a dar os primeiros passos aqui neste blogue. E até escreveste um texto por mim e eu concordei. Não te faças de santinho Tonel e se surgiu um blogue novo e se queres saber quem o concebeu, pergunta à administração do mesmo, porque eles já me convidaram para eu lá fazer posts. Recebi um SMS no meu telemóvel para o efeito. Deixa-te de conversas! Ou agora também estás à procura de desvendar quem são os administradores do novo blogue? Então dizias que era esse o meu defeito!!! Querem ver...afinal existiu contágio.


FUTURE-BELIEVER: Vamos entender-nos de uma vez por todas, porque eu considero-te como meu Amigo, apesar de dizeres que eu andava sempre vestido de preto, tendo eu explicado o porquê da minha roupa preta, ou escura. No próximo dia 23 faz 9 anos, como tu sabes, que perdi quem adorava.
Meu Amigo: Eu não ando nesta vida para fazer um figurão, mas sim para a viver enfrentando o destino tal como ele se me apresenta no dia-a-dia.E onde estou mais tempo, não é a ver blogues, ou a escrever em blogues, de certeza absoluta. Entendidos? Um abraço

 
At 11/21/2006 08:45:00 da manhã, Blogger future-believer said...

Eu por acaso estava a pensar na Junta.
Quanto à tua maneira de vestir, isso são águas passadas, e como com ´´ ferro se aguça o ferro ´´, nós vamos evoluindo, e vamos vendo que ataques pessoais não chegam a lado nenhum!
Embora não tenha muito para criticar a jfl, sei também que à sempre campos a melhorar.
Continua Jorge!

 
At 11/21/2006 09:39:00 da manhã, Blogger future-believer said...

Já agora Jorge, já que estás na junta, mete lá uma cunha e manda fazer um pelado para sete, aqui perto da igreja.
Tenho que concordar convosco, que fazer um pelado perto do Vale da Ribeira não tem sentido nenhum pois está muito descentralizado.
O que outras terras gostariam de ter, ´´´ um lago dos patos ´´, onde havia sempre meio Luso, por lá, ao fim de semana, vocês se apressaram a destruir.
Mas pelos menos assumam os erros e façam outro pelado por aí perto.
Vá lá Jorge, eu sei que tu és capaz!

 
At 11/21/2006 12:03:00 da tarde, Blogger D'artagnan said...

Por acaso, não concordo com o facto de a antiga lixeira estar descentralizada em termos desportivos. Pelo contrário. Está mesmo ao lado de outros equipamentos desportivos, podendo beneficiar disso mesmo.

O centro do Luso, o Lago, etc, têm espaços limitados e "não infinitos". O próprio pavilhão gimnodesportivo,se fosse hoje construído, certamente que o seria junto do centro de estágios.

 
At 11/21/2006 01:13:00 da tarde, Blogger Saky-Muui said...

Se em vez de andarem aqui cheios de tagarelices e se fossem trabalhar é que campavam...este blog diz "Este espaço é de todos os que amam o Luso e o Buçaco! A sua opinião pode contribuir para que algo se modifique! Colabore connosco!" mas a mim parece me que vc gostam é de tar sentadinhos com o cuzinho quentinho a tentar lixar o pessoal em vez de pegar numas enxadas e ir trabalhar...Isso é que voz faz falta...

 
At 11/21/2006 01:48:00 da tarde, Blogger Jorge Carvalho said...

O Gato das Botas tem razão Future-Believer. E não foi a JFL que ali colocou o Pavilhão . Naquele tempo o Dr. Rui Marqueiro aproveitou os fundos comunitários para o consumar da obra e, como aquele terreno pertencia à CMM ...Hoje, porém, concordo que o Pavilhão deveria estar junto ao Centro de Estágios, assim como courts de ténis e outras infra-estruturas desportivas.
Brevemente ireis ter o CAMPO DOS PATOS na antiga lixeira. Palavra do vogal da XUNTA.

 
At 11/21/2006 07:18:00 da tarde, Blogger future-believer said...

Se fosse o Rosas, já tinha agarrado na retro, à muito tempo, e tinha feito um campo, em 2 ou 3 dias.
Como vocês já andam há tanto tempo a dizer que vão fazer um campo, se calhar vão fazer mesmo a sério, com balneários (grátis de preferência, nem que seja com água fria), bar, estacionamentos, bancada, etc.
Mas esperemos então pela grande obra!

 
At 11/22/2006 09:07:00 da manhã, Blogger El Tonel said...

O piso já está feito, pá... é só vedar... digo eu...

 
At 11/22/2006 01:11:00 da tarde, Blogger D'artagnan said...

Caro Leão Virtual

Vamos por partes:

Sempre que fazemos uma avaliação do passado, tendo já no bolso, o conhecimento presente, estamos sempre em vantagem, relativamente ao momento passado em que se tomaram decisões. Ou seja, na altura em que o pavilhão foi implantado, a zona do valinho era um "suburbio" considerado de somenos importância e considerado "longe" do centro vital e turístico da terra. Tanto quanto sei, havia a oportunidade de enquadrar os custos do pavilhão numa determinada verba (co-financiada) e foi isso mesmo que foi feito. Havia a facilidade da propriedade do terreno e um timming a cumprir (certamente que conhece toda a tramitação legal que é necessária para que a câmara comprasse a oficina do Sr. Pires, bem como as dificuldades que foram enfrentadas na aquisição dos actuais terrenos do centro de estágios). Por vezes, aquela que sulgamos ser a solução óptima num determinado momento, pode revelar-se à posteriori como uma solução "menos-boa", mas há que tomar decisões e aproveitar as oportunidades.

Quanto aos moinhos, não sei se não seria possível aproveitar e recuparar, pelo menos um. Por isso concordo em parte com a sua análise. Mas, ainda assim, possuimos em Carpinteiros um belo conjunto de moinhos onde tal ideia pode ainda ser implantada. No entanto, há aqui uma questão a resolver: a auto-sustentabilidade do investimento. Fazer as obras, até pode ser algo enquadrável nalgum projecto co-financiável, uma vez que se trata de conservação do legado cultural local mas, e os custos de conservação, funcionários que cuidem do imóvel, etc? Qual os usos a dar ao local para que se auto-sustente? Mais um bar ou restaurante? Lojas de produtos típicos? Sedes de associações locais? Qual a melhor solução exequivél? Alguém ajuda?

Estou certo, que qualquer que seja a solução encontrada no presente, será criticada, quando no futuro, tivermos novos dados, que ponham em causa os dados que sustentam actualmente o paradigma em que fundamentamos as nossas decisões.

Não termino com o habitual "touché...", pois entendi o seu comentário como uma explanação da sua experiência e opinião pessoal. As opiniões pessoais, enriquecem o debate salutar de ideias.

Seja bem vindo de volta.

 

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