16.11.06

O penoso despertar do Amo-te Luso.

15 Comments:

At 11/16/2006 01:32:00 da manhã, Blogger lua-de-mel-lua-de-fel said...

Então Jerico, é só o "fungágá da bicharada", como cantava o J.Barata-Moura, e não as moscas de Sartre...Não pene, porque sabemos que é o medo da liberdade de expressão que anima este fungágá, medo do qual, de quando em vez, têm de fazer catarse para não envenenar o sangue ou não terem uma síncope. Tenha lá compaixão, afinal, menoridade intelectual nunca é opção, mas sempre escravidão.

 
At 11/16/2006 10:18:00 da manhã, Blogger Jerico & Albardas, Lda. said...

Como dizia alguém, (que não sei precisar o nome):
«O que não nos mata torna-nos mais fortes.»

 
At 11/16/2006 12:46:00 da tarde, Blogger Sentinel' Alerta said...

Vem a propósito contar-vos uma confusão que anda na minha cabeça.
Há dias trazia o Jornal da Mealhada uma transcrição de uma reunião da CMM, a propósito do acabar com as reuniões públicas, em que o Sr. Presidente, arvorado em apaziguador mas defendendo o vereador da sua bancada José Calhoa, dizia aos restantes "respeitem as ideias de cada um".
Ora eu aprendi e tenho tido ao longo da vida como um dado adquirido que se devem respeitar as pessoas mas não as ideias. Essas, as ideias, aceitam-se, discutem-se, alteram-se, corrigem-se, etc.,etc.
EStou confuso com esta nova moral...
Será que seja moral de ocasião?
Esclareçam-me pf...

 
At 11/16/2006 01:56:00 da tarde, Blogger El Tonel said...

Ó jerico... tou a ver que hoje não tás com a moral em muito bom estado... lololol

Foi o Seco que foi contratado para fazer esta demolição, ou é uma antevisão do projecto de requalificação da avenida????...lolololo

 
At 11/16/2006 03:15:00 da tarde, Blogger future-believer said...

Não digam que isso é a encosta norte da Avenida Emídio Navarro, onde estavam os quiosques?

 
At 11/16/2006 06:10:00 da tarde, Blogger Sentinel' Alerta said...

Oh camarada Jivago!
Onde é que estava o camarada quando dessa cena de Omar? Na URSS concerteza . Estaria a receber formação, teórica, juntamente com outros camaradas como a Zita Seabra, o Durão Barroso, o Pacheco Pereira e veja lá até o seu camarada C. Cabral.
Mas sabe da teoria à prática vai uma grande diferença!
Se me indicar uma via adequada terei todo o gosto em lhe enviar o relato do que aconteceu em Omar pela voz do próprio comandante da companhia, um simples alferes miliciano, com uns 22 ou 23 anos.
Quais bravos comandos é que os foram salvar? o senhor acredita em cada patranha!...
Pela minha parte não fui militar de um país democrático e ao serviço do povo. Fui-o de um país com um regime fascista e ao serviço dos exploradores capitalistas nomeadamente dos povos africanos. Não tive foi a coragem para desertar como muitos outros fizeram. Sabe, a família...
Pela sua ordem de ideias também teremos de glorificar os soldados ao serviço do regimes nazis de Hitler e de outros tantos...chiça...
Salvo prova em contrário que me possa fazer, aconselho-o a não falar do que não sabe sob pena de cair no ridículo.

 
At 11/16/2006 06:20:00 da tarde, Blogger Sentinel' Alerta said...

Faltou-me admitir a hipótese de o camarada Jivago ter estado na guerra colonial, como membro operacional, em qualquer dos países e em qualquer período de 1961 até 1974.
Se assim tiver sido então teremos outra base de diálogo. Com todo o gosto.
Mas não me chame nomes como bolchevique e trotskista que eu não sou. Sou apenas um sentinela alerta.

 
At 11/17/2006 12:25:00 da manhã, Blogger Sentinel' Alerta said...

Doutor Jivago
É melhor não continuarmos a conversa. Só lhe direi que o C. Cabral foi seu camarada. Agora se já não o considera como tal...o problema é seu.
Fiquei esclarecido do seu posicionamento quando me aconselha o livro " Moçambique, tera queimada" de Jorge Jardim. Junte-lhe mais umas publicações do Kaúlza de Arriaga, outras do António Champalimou e outras com os pensamentos do outro António o de Santa Comba e ... viva feliz.

Inté.

 
At 11/17/2006 06:13:00 da tarde, Blogger Jerico & Albardas, Lda. said...

"E continuando na leitura dos livros eu sempre procuro saber a história e não posso ignorar o que vem escrito por muitos autores"

Bem me parecia que a sua guerra é mais do tipo banda desenhada caro Dr. Jivago.

 
At 11/17/2006 06:26:00 da tarde, Blogger Jorge Carvalho said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

 
At 11/17/2006 08:34:00 da tarde, Blogger Sentinel' Alerta said...

Pessoal em geral:
Claro que isto é só a amostra. Lá dentro temos muito mais...
Mais de trinta anos depois do final da guerra colonial ainda é este o espírito que domina muitas mentes. Por isso eu, num post anterior ter dito ao Sr.JC que não estava interessado em manter o diálogo sobre a guerra colonial, nomeadamente com o seu irmão que terá pertencido a uma companhia de comandos em Moçambique.
Estou muito mais interessado no futuro do que no passado. Este serviu-me de lição e nomeadamente a guerra colonial foi uma lição triste para mim e fatídica para muitas famílias.
No entanto, já que chegámos aqui, vou contar-vos alguns pequenos episódios que vos poderão ajudar a fazer uma ideia mais ajustada desta fase da história do nosso Portugal.
- Um dia estava eu Nangololo, um aquartelamento, sem qualquer população civil, no centro de Cabo Delgado, a região mais a Norte de Moçambique, era meio da manhã e olhava eu para a mata que dali se avistava. Observei que vários focos de fumo irradiavam da mata, a alguns quilometros do nosso aquartelamento. Entretanto abeirou-se de mim um soldado negro,de nome Jacssine, do meu pelotão e que já me havia dado provas de total confiança e disse-me: "Vamos perder a guerra". Fiquei surpreso e perguntei-lhe porquê. Respondeu-me: "Está a ver aquelas fogueiras? È o pessoal da Frelimo a fazer o almoço, eles trabalham a terra, comem, fazem filhos, podem viver lá toda a vida. Nós estamos aqui fechados, não produzimos nada, mulher está longe, não podemos fazer filhos,... perdemos a guerra."
Dedução de soldado africano...

Desculpem outra história:
- Um dia progredindo num trilho apahámos uma mulher com uma criança às costas, embrulhada na capulana. Vinha desarmada e não lhe demos hipótese de fugir apesar de ainda ter tentado. Através do nosso guia e alguns dos soldados africanos que falavam a mesma lingua, propusemos que viesse connosco. Não aceitou. Pegámos-lhe na criança e dissemos que a levávamos connosco.Tentou reagir para reaver a criança mas sem êxito.Porque o tempo passava e aumentava o nosso perigo tivemos de voltar para trás na esperança de ela vir conosco. POrém, assim que lhe demos alguns metros de folga tentou fugir, claro também sem êxito. Ficou ...estendida no chão.

Perdoem-me só mais pequeno episódio que considero significativo:
_ Estava eu já no distrito da Beira
na zona do parque da Gorongosa, então já abandonado, que serviu de zona de descanso antes do regresso quando nos enviaram cerca de 60 soldados africanos que iam fazer connosco a última fase de instrução. Então fui destacado para comandar um aquartelamento a mais de 150 Km da sede da companhia em que o pessoal que ia comigo eram 30 desses soldados novos e ofereceram-se 5 voluntários da companhia, 4 brancos e um negro.Fui preocupado, mas felizmente com o entendimento que criamos tudo correu bem. Mas o que vos queria contar: Um dia estranhei não ver qualquer soldado africano fora das tendas. Era meio da tarde e seria natural que alguns circulassem pelo exterior. Aproximei-me lentamente, e de repente levantei o lona que servia de porta e verifiquei que estavam quase todos à volta de um rádio que falava uma lingua que eu não entendia. Não foi preciso explicarem-me mais , percebi logo que estavam a ouvir a rádio da Frelimo. Confesso que tive algumas dificuldades no poder de encaixe mas, ao fim de algum tempo e tendo eles já apagado o rádio, optei pelo diálogo franco e leal. Então confirmaram o que eu já sabia e explicaram-se sem reservas que só estavam nas forças armadas de Portugal porque tinham família e era deste lado que ainda tinham mais garantias de voltar aos seus lares, pois se assim não fosse estariam na Frelimo.

Conto-vos ainda que dois países vizinhos que apoiavam fortemente o nosso regime e que tinham muito maior poderio do que o nosso não conseguiram resistir. Um claramente envolvido nas nossas acções militares, a ROdézia foi ao ar. NUnca lá encontrei cubanos, russos ou chineses, nesse tempo, mas cruzei-me com centenas de rodezianos.
Outra a Àfrica do Sul nessa ocasião com o regimen de aparteid no poder e que nos apoiava das mais variadas formas. Também esse regimen não conseguiu resistir.

Que cada um tire as conclusões que quiser mas não me chame mentiroso porque eu sou um homem sério sem dependências sejam eles de que ideologia e parte do mundo forem.

UM abraço a todos e as minhas desculpas por esta maçada.
ESpero ainda viver até poder deixar um livro, apenas, com o meu testemunho.-

 
At 11/17/2006 11:50:00 da tarde, Blogger El Tonel said...

cuidado, ó Jerico... olha que o Jivago vai contar ao teu pai....lololol... depois queixa-te...

 
At 11/18/2006 11:50:00 da manhã, Blogger D'artagnan said...

As estórias da história,
sempre interessantes de ler,
não sem forma de saber
qual verdade é a memória!

 
At 11/20/2006 01:11:00 da tarde, Blogger lua-de-mel-lua-de-fel said...

Caro sentinela, que venha daí esse livro de memórias. E não tem de pedir desculpas por partilhar connosco a sua opinião e memória, este espaço também é seu e são sempre bem-vindos os seus comentários. Como já escrevi algures, tenho um enorme respeito por quem passou, e passou enquanto humano como foi o seu caso a avaliar pelos seus comentários, pela guerra colonial, uma guerra estúpida que deixou marcas profundas em todos. Felizmente, como nunca passei por isso e o meu sentimento de pátria está sempre depois do humano (não acreditando nos "heróis" de guerra), não posso comentar mais do que isto, por pura ignorância.

 
At 11/20/2006 10:02:00 da tarde, Blogger Sentinel' Alerta said...

Cara Lua
Fico grato pelas suas palavras de incentivo.
Não gosto de fazer promessas mas vou tentar arranjar disponilidade física e mental para relatar a minha experiência da guerra colonial. É um desejo e talvez uma necessidade que sinto há muito tempo mas a vida do dia a dia não me tem deixado espaço de manobra para essa "reflexão". Tenho a convicção de que o tema,atendendo à riqueza da experiência vivida, desde que trabalhado por gente com outra "perfomance" na arte da escrita poderia resultar num sucesso.
Vou tentar porque se o não fizer morrerei com esse desgosto...

 

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