11.10.05

O nosso dever democr�tico


Depois da elei��es, e bem contadas que est�o todas as espingardas, chegou o The-day-after. Alguns governantes rec�m-eleitos deitam as m�os � cabe�a em sinal de arrependimento por tantas promessas feitas, que eles pr�prios sabem que s�o impossiveis de cumprir. Para alguns, os aldrab�es, isto n�o constitui nenhum problema, mas para os outros, gente que realmente est� na vida p�blica por convic��o, � um facto que n�o os deixar� certamente, dormir descan�ados. Por outro lado, os que perderam as elei��es e os votantes em geral, v�o assumir tr�s comportamentos distintos: a atitude do est� tudo mal, e v�o fazer tudo para que os eleitos n�o cumpram as suas promessas; a atitude do estava bem se fosse eu a fazer, que s� v�o dar visibilidade �s coisas identificadas como negativas pela opini�o p�blica; e a atitude do est� de acordo com a vontade democr�tica, que v�o apoiar e fazer tudo o que esteja ao seu alcance para que quem ganhou, consiga levar a bom termo o seu projecto (mesmo que n�o tenha votado em quem ganhou!).

Igualmente, haver� eleitos, que julgam que a partir de agora, e durante quatro anos, s�o Donos do Mundo. Julgam que podem fazer tudo o que lhes d� na cabe�a, desde que seja dentro da legalidade. Verdadeiros d�spotas, que ignoram o povo que os l� colocou (pelo menos at� �s pr�ximas elei��es).

Espero que a nossa atitude possa ser durante os proximos quatro anos, a de estar de acordo com a vontade democ�tica, colocando-nos, com as nossas capacidades individuais, ao servi�o das necessidades dos nossos eleitos e do seu projecto. Espero igualmente que essa atitude fa�a com que, os nossos governantes, nos vejam como seus aliados, e nos convidem a contribuir positivamente para com a dificil tarefa de estar � frente de uma comunidade.

Contribuir e apoiar, n�o significar fechar os olhos ao que de errado se possa passar, significa isso sim, contribuir antecipadamente para que esses erros n�o aconte�am. Mas, mesmo que aconte�am, contribuir posteriormente, para que os erros sejam rapidamente resolvidos.

Eu vou estar atento e cooperante. Espero que voc�s tamb�m!

2 Comments:

At 10/14/2005 07:55:00 da tarde, Blogger lua-de-mel-lua-de-fel said...

Tem toda a raz�o, caro Carapau. S� n�o compreendi em qu� diferem os aldrab�es dos que, estando por convic��o na pol�tica, tamb�m levam as m�os � cabe�a porque prometeram mais do que aquilo que podem fazer. Devia dizer, se me permite, que h� dois tipos de aldrab�es...
Quanto ao despotismo e caciquismo, dou-lhe toda a raz�o.

 
At 10/14/2005 08:06:00 da tarde, Blogger lua-de-mel-lua-de-fel said...

E a prop�sito de caciques e dificuldade de governar, permita-me partilhar mais um excerto de um poema de Brecht, intitulado "Dificuldade de governar" mas que poderia ser,e.g., "A dificuldade de governar na Madeira":

�DIFICULDADE DE GOVERNAR
1
Todos os dias os ministros dizem ao povo
Como � dif�cil governar. Sem os ministros
O trigo cresceria para baixo em vez de crescer para cima.
Nem um peda�o de carv�o sairia das minas
Se o chanceler n�o fosse t�o inteligente. Sem o ministro da Propaganda
Mais nenhuma mulher poderia ficar gr�vida. Sem o ministro da Guerra
Nunca mais haveria guerra. E atrever-se-ia a nascer o sol
Sem a autoriza��o do F�hrer?
N�o � nada prov�vel e se o fosse
Ele nasceria por certo fora do lugar.

2.
(...)
3.
Se governar fosse f�cil
N�o havia necessidade de esp�ritos t�o esclarecidos como o do F�hrer.
(...)
E s� porque toda a gente � t�o est�pida
Que h� necessidade de alguns t�o inteligentes.

4.
Ou ser� que
Governar s� � assim t�o dif�cil porque a explora��o e a mentira
S�o coisas que custam a aprender?�

 

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