A reestruturação das Regiões de Turismo
Actualmente temos 19 Regiões e Juntas de Turismo, que o Governo pretende reorganizar no espaço geográfico, ao nível de competências e financiamento, através de uma nova Lei-Quadro, que propõe a divisão do país em apenas 10 Regiões de Turismo a saber:
Douro, Minho, Porto, Lisboa, Leiria/Fátima, Centro Litoral, Algarve, Alentejo Litoral, Serra da Estrela e Alentejo.
Nesta reestruturação, as actuais regiões de turismo vão sofrer alterações nos seus limites e as Juntas de Turismo existentes serão absorvidas pelas regiões onde ficarem inseridas.
Assim, de acordo com este novo modelo, a Junta de Turismo de Luso-Buçaco será extinta, sendo a promoção do turismo do nosso concelho da responsabilidade da Região de Turismo a criar (centro/litoral).
Por muito que isso nos custe a aceitar, considero que esta solução é melhor que a que temos actualmente. Hoje em dia, procura-se diversidade. Ao nível nacional ou internacional, é mais fácil "vender" uma região, com toda a sua riqueza de gentes, hábitos, gastronomia, produtos, paisagens, etc, do que cativar o turista para duas ou três coisas muito específicas.
E neste sentido, as juntas de turismo perdem muito em relação às regiões de turismo, as quais podem criar sinergias num território mais vasto e portanto com uma maior gama de ofertas. Veja o mapa da figura, que representa a actual região de turismo do centro, e repare na extensão geográfica comparativamente à pequena área do nosso concelho. Clique na imagem e veja a dinâmica e diversidade de ofertas.
Com a vantagem dos vários concelhos e freguesias inseridas nessa região puxarem umas pelas outras ao"competirem entre si" para proporcionarem as melhores ofertas.
É semelhante a comparar uma loja, com uma superfície comercial. O esforço de promoção da loja é substancialmente maior e mais dispendiosa do que o esforço a desenvolver pelas lojas localizadas numa superfície comercial.
Mas esta extinção da Junta de Turismo de Luso-Buçaco não deve significar um lavar de mãos das autarquias locais em relação à dinamização e promoção turística. Bem pelo contrário. Acabar com uma relação a dois, pouco apaixonada, nem sempre pacífica e compreendida, entre autarquias e junta de turismo, exigirá agora a criação de uma estrutura interna e integrada na própria Câmara, onde o seu enquadramento e atribuições serão mais fáceis de gerir.
posted by Jerico & Albardas, Lda. @ 2/07/2007 06:54:00 da tarde
8 comments
8 Comments:
Ainda é cedo para se dar uma opinião pois, além do mais, a reestruturação não deve passar apenas pelo mapa mas principalmente por uma nova estratégia face aos mercados interno e externo.
Porém, para já, o meu acordo de princípio.
...Nem sempre digo mal...
Concordo, desde que o nosso concelho seja integrado no mesmo grupo que Coimbra, pois Coimbra é que é o verdadeiro polo de atracção turístico da região. A integração com Aveiro (tal como em termos de Distrito) não faz qualquer sentido.
Essa também é a minha primeira reacção, mas... e a Bairrada?
O ideal seria uma região de turismo onde a Mealhada ficasse próxima do seu centro.
Por acaso já tive essa mesma discussão com outras pessoas e a noção "bairrada" como destino turístico está longe de ser consensual.
Tenho sérias dúvidas sobre a capacidade de atracção de uma zona tão restrita onde a diversidade de ofertas turísticas é practicamente igual à da área que hoje compõe a Junta de Turismo de Luso e Bussaco.
A meu ver, é com a junção de unidades ou clusters turísticos heterogéneos que se podem conseguir unidades promocionais com capacidade de atracção ao nivel do mercado internacional, local em que a concorrência é feroz e em que a diversiadade de produtos é um trunfo precioso.
A Bairrada é um "anão turístico" do ponto de vista internacional. O "Luso" quer como marca quer como terra é práticamente desconhecido do grande público internacional e o "Bussaco" é mais conhecido como o local de uma grande batalha do que pelo seu palácio, sacromonte e riqueza botânica. Por outro lado, Coimbra, é uma cidade conhecida mundialmente, quer pela sua Universidade quer pelo facto de ser a 3ª maior cidade de Portugal e destino de inumeros estudanets do programa Erasmus quer pelo facto de se encontrar a meio caminho entre as duas principais portas de entrada de turistas no país (leia-se Aeroporto de Lisboa e Aeroporto do Porto). Negar isto, é apenas olhar para o próprio umbigo, numa pauta da música "orgulhosamente sós" ou "famosos na própria casa".
O Discurso "Bairrada" como destino gastronómico de permanência é inviável devido ao monocromatismo dos pratos, quase e exclusivamente dependentes do Leitão Assado. Não é um destino como por exemplo o Alentejo em que a variedade gastronómica é uma realidade. Como destino de enoturismo, poderá ser, mas só se integrado numa rota maior, dada a singeleza da sua abrangência territorial. Do ponto de vista termal, nem vale a pena falar dada a decrepitude dos serviços prestados. Resta-nos o Bussaco (que por acontecimentos de terreno, já não é Bairrada). Ou seja: para mal, já basta assim!
Por tudo isto, o caminho, a meu ver, terá de ser o de nos instituirmos como satélite de Coimbra, destrito do Qual nunca deveriamos ter saído e com o qual temos muito mais a ver do que com o "distante" Aveiro.
Mas aposto que a escolha e a negociação, vai ter muito mais que ver com interesses, manobras e favores políticos do que com o encontrar de uma solução que realmente beneficie todos os que dependem da actividade... como é costume.
Touché...
e se forem as duas coisas?
Coimbra e Aveiro?...
e já agora Serra da Estrela?
Melhor!!
Nem de propósito: foi-me entregue ontem, depois de sair do escritório, uma publicação promocional dessa região. E muito há que dizer, mas só em sede própria.
E vai haver bucha???
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