Bom fim-de-semana e boas leituras
A nossa sugestão
Maquiavel e o pensamento politico"Maquiavel (1469-1527) é um dos mais originais pensadores do renascimento, uma figura brilhante mas também algo trágica. Durante os séculos XVI e XVII, o seu nome será sinónimo de crueldade, e em Inglaterra o seu nome tornou ainda mais popular o diminutivo Nick para nomear o diabo, não havendo pensador mais odiado nem mais incompreendido do que Maquiavel. A fonte deste engano é o seu mais influente e lido tratado sobre o governo, O Príncipe, um pequeno livro que tentou criar um método de conquista e manutenção do poder político."
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posted by Jerico & Albardas, Lda. @ 1/12/2007 07:16:00 da tarde
2 comments
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A tese de Maquiavel é legítima (depois aperfeiçoada por Hobbes) atendendo ao contexto histórico-político da época, mas tem, sobretudo, uma ideia bastante interessante - para mim, pelo menos - que nos poderá levar a uma reflexão imensa: a questão da transparência. Se bem me recordo do "Princípe", M. aconselha a quem está no poder a fomentar o segredo, isto é, a não dizer tudo ao povo, a não ser transparente. Esta tese que, à partida, nos poderia levar a espernear de revolta, não é tão obtusa quanto isso e não será por acaso que temos a sensação de que existe uma realidade parelela nos órgãos políticos de poder e falamos amiúde do "segredo de estado" e, mutatis mutandis, do "segredo de justiça" ("you can't handle the true" parece-nos berrarem, bem ao jeito de Jack Nicholson no velhinho "Uma questão de honra", os nossos governantes). A tese de Maquiavel e de Hobbes parte da premissa que o homem é lobo do homem e que a sua natureza é puramente animal, devendo existir um poder que assegure que nos emancipemos (Hobbes vai mais longe, dirá que esta é a única forma dos fracos subsistirem) deste estado selvagem (tese contrária podemos encontrar em Rousseau, que acredita no "bom selvagem"). Ou seja, tudo isto, em última instância, se joga na questão de saber se o ser humano é naturalmente bom ou selvagem (império da força física e do poder do mais forte sobre o mais fraco).
Parabéns pelo post, Jerico; falta-nos um pouco esta cultura de procurar nos que nos precederam respostas (ou, pelo menos, pensamentos que nos ajudem a pensar o nosso próprio contexto).
já leram também, aquela cena da Carolina Salgado???... LOLOLOL
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