7.3.06

E de repente? os intoc�veis!

�ltimamente, tem-se falado muito de protec��o das fontes, no sentido em que tal acto � o fundamento da democracia portuguesa. H� sobre este assunto, duas ou tr�s ideias que gostava de partilhar com quem as quizer ouvir:

A liberdade de express�o, n�o � um valor em si mas um instrumento ao servi�o das popula��es. Isto, porque (e s� porque) garante que ningu�m est� acima da lei, e que ningu�m se pode �esconder� atr�s de um cargo ou status social. Todos, rigorosamente todos, s�o cidad�os (potencialmente) ao alcance da liberdade de express�o.

Porqu� colocar �potencialmente� entre aspas? Resposta: � simples - aqueles que se denominam como os �derradeiros defensores dos valores democr�ticos�, julgam-se acima de qualquer suspeita e acima de qualquer lei. Veja-se a cobertura televisiva de alguns conflitos mundiais: � dada, mais import�ncia a um reporter baleado que a um soldado que �tomba�, no cumprimento de ordens dos seus superiores. Esta import�ncia, potenciada por uma esp�cie de �ma�onaria jornal�stica�, faz do jornalista a v�tima-heroi, quando de facto isso � mentira: A cobertura jornal�stica dos conflitos, � feita por volunt�rios principescamente pagos, com seguros chorudos e permite grande �empurr�es� na carreira. Por cada um que cai, milhares trabalham e ganham fortunas - � o risco da profiss�o. Quem n�o quer ser lobo, n�o lhe veste a pele.

De repente, ao abrigo da �defesa da liberdade�, passou a poder dizer-se tudo. Como n�o se tem que revelar as fontes, est� tudo provado. Julgamentos em pra�a p�blica, manipula��o de opini�o, cal�nias, segredos de estado, coisas que se forem reveladas na fase em que est�o, poder�o destruir o processo de implementa��o, etc, etc, etc, s�o exemplos di�rios da falta de honestidade jornal�stica que singra no nosso pa�s.

Por favor n�o enganem quem est� deste lado! Quando Deus distribuiu a massa cinzenta pelos homens, ela n�o ficou s� nas m�os dos jornalistas!

Felizmente que a internet n�o � controlada pelas empresas de informa��o, nem por nenhum jornalista (leia-se: mau jornalista).

A liberdade de cada um, termina sempre onde come�a a liberdade dos outros. � isto que � a democracia e a liberdade.

Touch�