22.10.05

Hist�rias com Mural II

Depois da primeira hist�ria, publicada no Grama-o-Fone, um espa�o atractivo, que continua bem conservado e sem portagens, no qual deambulo de vez em quando, surge agora a continua��o dessa saga...
(assim que poss�vel ser� colocada foto)

Hist�rias com mural II
Depois de intensas semanas de trabalho, o nosso conterr�neo e ilustre artificie, parece ter desistido da longa e demolidora luta que travou com os azulejos, para os conseguir colar � parede.
A tarefa era t�o penosa e delicada que, segundo as m�s l�nguas, n�o conseguiu colar um �nico azulejo inteiro. Mas isto n�o � de todo verdade. Eu pr�prio, incr�dulo com estes rumores fiz uma an�lise exaustiva e desminto categoricamente: N�o foram todos partidos. No meio de um oceano de fragmentos de azulejos, descobri tr�s inteiros, que por mero acaso, s�o os que cont�m os nomes dos intervenientes na obra. O que n�o ser� nada abonat�rio para o futuro do artificie. Depois disto quem se atrever� a pedir-lhe para assentar azulejos ou mosaicos?
Em sua defesa, numa argumenta��o perfeitamente inacredit�vel para o mais comum dos mortais, o nosso artificie jura a p�s juntos, (os p�s eu vi com os meus pr�prios olhos, mas o juramento confesso que n�o percebi bem), que foi a pr�pria t�cnica, com profundos conhecimentos acad�micos, que assim quis, obrigando-o a partir os azulejos de formato geom�trico simples e de f�cil aplica��o, em mil peda�os, para depois, pacientemente e com grande mestria, os juntar novamente na parede.
Ainda, de acordo com as m�s l�nguas, n�o necessariamente as mesmas, porque h� muitas por a�, ter� sido tanto descuido e desperd�cio, o motivo que levou a t�cnica a abandonar a obra, antes de terminar a moldura de t�o magn�fico quadro.
Mas, como quem conta um conto acrescenta um ponto, nestes boatos do soalheiro surgem sempre v�rias vers�es.
� que tamb�m circula por a� � boca cheia, que a t�cnica n�o foi escolhida pelo conte�do do seu curr�culo, que ningu�m teve a pachorra de ler por ser t�o extenso como o de todos os jovens rec�m-licenciados, mas pelo facto do seu nome, inscrito a letras grandes e a negrito na capa, ser parecido com Rosa, tendo-lhe sido imediatamente e sem mais delongas, adjudicada a empreitada, mas com uma condi��o: A obra seria feita em duas fases, sendo a segunda para executar daqui a quatro anos.
Ora, perante t�o dispares correntes de opini�o, muitas das quais provenientes de fontes incertas e pouco cred�veis, ficamos na d�vida. Por um lado, se a l�pide foi colocada e n�o est� tapada, � porque o trabalho est� conclu�do. Mas por outro lado, como continuamos a ver um quadro muito cinzento e n�o foi feito o descerramento da l�pide com a devida pompa e circunst�ncia, provavelmente ainda n�o acabou.
Num esfor�o para dissipar com as d�vidas de vez e de tentarmos encontrar alguma moral no meio desta hist�ria toda, sond�mos o artificie em exclusivo e em primeira m�o, para sabermos se a obra iria continuar, tendo-nos confessado de forma eloquente e expont�nea, como s� ele sabe fazer:
� - Sei l�... nem me falem disso que eu tou todo fo**** das m�os de partir e colar tanto azulejo.�
�- Ent�o, n�o v�o fazer uma moldura bonita? �- perguntamos educadamente.
� - N�o sei...., mas t�-me c� a parecer que se fizerem a pu** da moldura, ha-de ser em pedra�.
� - Mas a pedra at� � uma boa solu��o e � mais f�cil de colocar�...diziamos n�s. � - Isso � o que voc�s pensam - interrompeu ele ? se bem conhe�o a t�cnica, tou mesmo a ver que tenho de partir o car**** das pedras todas e isso j� � demais... Fo**-se l� a obra.�

E l� se foi a derradeira tentativa de esclarecer as nossas d�vidas, em rela��o ao mural. Felizmente, que nem tudo foi infrut�fero, porque gra�as � interessante conversa com o artificie, encontramos uma moral para concluir esta hist�ria.

"Para as coisas avan�arem � preciso haver gente com vontade de partir pedra."

5 Comments:

At 10/23/2005 10:38:00 da tarde, Blogger lua-de-mel-lua-de-fel said...

Caro Jerico&Albardas, depois da nossa discuss�o sobre necessidade deste mural, eis a obra pronta (pois j� est� assinada). Confesso que esperava melhor; n�o sei se � a falta de uma poss�vel moldura, mas os tons escolhidos s�o demasiado desmaiados. Do curriculum da senhora n�o sei, mas penso que � da sua autoria o revestimento das piscinas de Oliveira do Bairro, que est�o francamente melhores...
Obviamente que est� melhor do que o cinzento do bet�o, mas continuo a pensar que havia outras solu��es, mais baratas e, qui��, mais significativas realizadas, qui�� tamb�m, pelos muitos jovens do Luso que est�o por dentro desta �rea.
A obra l� ficou conclu�da antes das elei��es, mostrando que aqueles que apontaram o dedo ao aproveitamento pol�tico de tal obra s�o menos "na�ves" que a obra em si. Quanto aos rumores da exist�ncia ou n�o de uma conclus�o, l� vem de novo � mem�ria Gaud�. � que Gaud� al�m de fazer o bel�ssimo Parque G�ell todo revestido a azulejos (refugo de f�bricas e n�o azulejos partidos para fingir que era refugo), tamb�m nos deixou a Sagrada Fam�lia por concluir, dando muitas dores de cabe�a aos te�ricos da arte...Ser� que a autora desta obra pretende ser o Gaud� da Bairrada?

 
At 10/24/2005 02:03:00 da tarde, Blogger Jerico & Albardas, Lda. said...

Amigos
N�o tenho nada contra o painel.
O que j� n�o consigo perceber � se estamos perante um produto final ou n�o.
� que se estamos, ent�o aquilo parece-me um vestido de noiva moderno, mas onde se esqueceram do �bouquet�.
Se n�o estamos, seria bom n�o deixar o bouquet para segundas n�pcias.

Um abra�o a todos os muralistas, independentemente da forma como pintam.

 
At 10/24/2005 03:03:00 da tarde, Blogger Jorge Carvalho said...

Caros Amigos : O mural ainda n�o est� conclu�do e n�o foi feito � pressa por causa das elei��es. O mesmo j� figurava nos planos da JFL desde 2003. No meu entender, este obra fica muito melhor do que a coloca��o de pain�is de azulejos como os que se encontram na Fonte de S. Jo�o ( o previsto inicialmente ). Quanto aos tons desmaiados e os curriculum � melhor irmos � antiga Gr�cia e ler a hist�ria de Apeles. As placas de sinaliza��o tamb�m t�m de ser mudadas, conforme o que foi indicado � CMM.Mas... Digam l� que aquilo n�o est� bonito !!! � que esta obra tem sido admirada por muitos visitantes, pois que, at� de It�lia, j� perguntaram pelos seus autores. Sabem quantas encomendas de outras obras, a Lara Roseiro, j� teve � conta desta obra no Luso ? Pois n�o devem saber ! H� azulejo inteiro que � qualificado de refugo. A Junta de Freguesia de Luso nada tem contra os jovens do Luso que est�o por dentro desta �rea. Um abra�o de amizade do Jorge Carvalho

 
At 10/25/2005 05:52:00 da tarde, Blogger El Tonel said...

Ora a� est� uma solu��o!!!!... Encomendamos uma colonagem do Gaud� e daqui a uns anos remodelamos o Bussaco � moda Bar�a!!!... Fant�stico n�o????

 
At 10/26/2005 05:56:00 da tarde, Blogger El Tonel said...

Tamb�m podemos contratar um "team" de judeus ortodoxos para andarem �s cabe�adas ao muro!!! Que tal??? Isso tamb�m podia ser uma atrac��o tur�stica!!!?...

Depois sempre podiam ir curar a dor de cabe�a ao "balc�o mais perigoso do mundo"!

 

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