19.9.05

O Luso j� vem de longe!...


O texto que abaixo se divulga, ter� sido compilado por um Lusense e esteve online por algum tempo no portal Terravista, j� desaparecido. Procurei contactar o autor, mas o email j� n�o ser� o mesmo e n�o o consegui.
Assim, desenterrei o texto que havia copiado nas profundezas do meu disco e reponho-o aqui � luz do dia porque entendo que ele vale por si e tem manifesto interesse para as jovens gera��es lusenses.
_______________o texto original compilado por Henrique da fonseca segue a partir daqui:

O Luso e o Bu�aco
Compilei os textos que se seguem, (introduzindo algumas palavras de liga��o e interpreta��o, de minha autoria) com o objectivo de contribuir, embora modestamente, para o conhecimento das origens e nome da nossa terra, o Luso, que ali�s considero indissoci�vel do Bu�aco, dai o t�tulo deste trabalho. �, sem d�vida, um contributo limitado, j� que se baseou e apenas, nos livros da minha pequena biblioteca e certamente na inabilidade da escolha dos textos que podem n�o ser os mais elucidativos para o fim pretendido; todavia se algum m�rito houver ele ser� o de, para al�m de algumas novidades que vos darei, poder vir a despoletar um "movimento" dos lusenses, mais interessados, j� que l� fora haver� um "mundo" � espera de ser investigado.



Luso, 9 de Junho de 1996


Henrique C. R. da Fonseca

* * *

H� muitos anos que me interrogava acerca do nome da nossa terra. Luso soava-me a coisa posta sem grande convic��o, era como uma apropria��o do nome antigo da Lusit�nia, para fins publicit�rios...da �poca.


O certo � que, dispondo de algum tempo livre, comecei por folhear uns livros que possuo e l� encontrei a primeira not�cia - o Luso vem do s�culo XII e depois outra em que � referenciado no s�culo XI, o que nos levar�, certamente, a comemorar, com j�bilo, o nosso primeiro mil�nio, no in�cio do s�culo XXI.


Sobre a or�gem do nome nada tinha encontrado porque me havia escapado a informa��o da exist�ncia de duas minas de ferro na freguesia, junto �s quais havia vest�gios da pr�-hist�ria, idade a que se seguiu a do Ferro, portanto a era dos Celtas, os homens que trabalharam o metal e da� as civiliza��es de "Hallsttat" e de "La T�ne" que trouxeram para a Pen�nsula e ainda os seus nomes de radical "Lus" de onde derivam Lusus, Lusit�nia e Lusones entre outros.


Deixemos, sobretudo este �ltimo tema, para os nossos historiadores desvendarem se Lusus, o rei da Lusit�nia, � na realidade o patrono da nossa Terra.


Vamos pois ouvir os textos de que acima falo, os quais nos deixam quase a certeza do nosso primeiro mil�nio e tamb�m a de que Luso � um nome aut�ntico, de raiz e, de grande dignidade hist�rica acrescida da que os seus filhos lhe t�m dado, ao longo dos anos.


".....Quem est� no Bu�aco n�o deixa de parar um instante no Luso. Parece um nome tur�stico mas n�o �. J� vem de longe. O que � moderno � a hidroterapia. Come�ou a dar-se pela virtude das �guas em 1854..."


Estas palavras s�o do historiador Jos� Hermano Saraiva insertas no seu itiner�rio portugu�s "O Tempo e a Alma" editado em 1986, ficando, todavia por aqui, as suas refer�ncias ao Luso.


Sobre o Bu�aco, diz-nos como foi a mata parar �s m�os dos frades Carmelitas de Aveiro. "....Foi o bispo de Coimbra D. Jo�o Manuel que a doou � Ordem do Carmo em 1628, para que institu�ssem ali um "deserto", uma vez que era a �nica das sete prov�ncias carmelitas, existentes na Pen�nsula, que n�o o possu�am..."


A mata do Bu�aco estava na posse da S� de Coimbra desde 1094


Suponho ser um erro admitir-se, como � frequente, que a floresta��o da mata do Bu�aco se deve exclusivamente � ac��o dos frades Carmelitas. Sem d�vida que a enriqueceram, importando esp�cies raras de �rvores provenientes dos pontos mais d�spares do Globo mas a mata j� era como que um santu�rio da natureza, onde certamente os carvalhos, dada a sua prolifera��o pelo pa�s, sobressa�am. N�o lhe faltava at�, no seu ponto mais alto, "...uma cruz de pau, diz-se que posta por um marinheiro grato por se ter salvo de um naufr�gio...".

Os pr�prios frades n�o se teriam, certamente, interessado em instituir ali o seu "deserto" se o local correspondesse �quilo que muitos julgam ter sido um local �rido, sem condi��es de sobreviv�ncia. Eles apenas queriam um s�tio onde se sentissem pr�ximos da natureza, prop�cio ao recolhimento e ao isolamento; em que levassem a vida de sacrif�cio que escolheram, longe do mundo, "...sustentando-se com p�o e �gua e alguma hortali�a da horta que cultivavam....". Murando-a eles pr�prios, num per�metro de cerca de 5.300 metros, com uma �rea de 105 hectares. Abriram-lhe, apenas, as conhecidas portas de Coimbra. No seu isolamento, foram construindo o cen�bio e a via-sacra: a varanda de Pilatos, Caifaz, Santo Ant�o, entre outras e, finalmente, as ermidas do Calv�rio e do Sepulcro que todos conhecemos. No alto da serra substitu�ram a cruz de pau por uma cruz de pedra.


"...Naquele "santo deserto" n�o podiam entrar visitas, doces ou cousas de regalo; e mesmo cartas, s� por raz�o grave. Ainda hoje, na porta chamada de Coimbra, uma l�pide pontifical pro�be a entrada de mulheres. Os frades defendiam assim o seu direito ao para�so..."


Os frades Carmelitas ocuparam a mata de 1630 a 1860, data da morte do �ltimo frade. Algum tempo depois passou para a administra��o das Matas Nacionais.

Calha a prop�sito recordar que existem vest�gios de uma estrada, que dizem ser romana, que se situa na vertente esquerda das portas de Coimbra e que ligaria esta cidade � mata do Bu�aco. Eu pr�prio, na minha juventude, vi esses vest�gios.


� interessante saber-se que a serra do Bu�aco teve outros nomes na sucess�o dos tempos. Segundo a Enc. Luso-Brasileira, s�o eles os de Alcoba, do Carvalho, do C�ntaro e do Luso.


Encontrei a serra de Alcoba referenciada num mapa de Portugal datado de 1621, da autoria de Fernando Alvares S�co.


Numa refer�ncia � serra do Carvalho, inserta na Enc. Luso-Brasileira, sobre a freguesia do Carvalho, do concelho de Penacova, (a qual vem dos meados do s�culo XI) diz-se "...situada nas faldas da serra do mesmo nome (abas do Bu�aco)..."


Sob a denomina��o de serras do C�ntaro e do Luso n�o encontrei qualquer refer�ncia mais, na Enc. Luso-Brasileira, certamente por serem muito antigas...


O Luso , " J� vem de longe " diz o historiador...


E na verdade os primeiros documentos escritos, conhecidos, referindo o top�nimo local, datam do s�culo XII (Enc. Luso-Brasileira). Todavia, num mapa do s�culo XI, elaborado por Paulo Mer�s e Aristides Amorim Gir�o, j� o Luso aparece entre as cerca de 3OO localidades existentes no territ�rio compreendido entre os rios Lima e Mondego, ali�s um pouco mais a sul, at� Condeixa. Este mapa, referindo-se ao s�culo XI, diz-nos que o Luso � portanto, anterior � funda��o da Nacionalidade, dado que esta ocorreu no s�culo XII, mais propriamente em 1143, durante a "Confer�ncia de Samora, onde se celebrou o Tratado de paz entre Afonso Henriques e Afonso VII de Le�o, na presen�a do legado papal Guido de Vico, depois do qual � reconhecido ao infante portugu�s o titulo de Rei".


� l�cito interrogarmo-nos; estar� o Luso � beira de poder comemorar o seu primeiro Mil�nio?


L�-se na Enc. Luso-Brasileira que, junto a duas minas de ferro e uma de carv�o, existentes na freguesia, h� vest�gios arqueol�gicos de povoamentos pr�-hist�ricos.


A exist�ncia das minas de ferro e de carv�o, parecem-me mais interessantes do que os vest�gios arqueol�gicos dos povoamentos pr�-hist�ricos, porque elas pressup�em a passagem pelo Luso dos Celtas (os homens do ferro, oriundos da Europa central) o que nos poder� explicar a origem do nome da nossa terra e , quando e por onde vieram esses povos.


Vejamos o que nos diz o historiador Joel Serr�o no seu Dicion�rio da Hist�ria de Portugal:


"...Pela cronologia das esta��es c�lticas, a sua invas�o n�o parece anterior ao s�culo VI a. C. o que coincide com as informa��es mais antigas dadas pelos autores cl�ssicos (Hecateu de Mileto, Avieno, etc.). Uma suposta invas�o no s�culo VIII a. C. parece muito duvidosa. A penetra��o deve ter sido envolvente, r�pida e extensiva a toda a Pen�nsula, pois cer�mica excisa encontra-se no Ebro, na Galiza, em Madrid e em Almeria e cer�mica pintada do tipo Salem (Hallstatt C) em Teruel. Os grupos humanos, de nome conhecido, que realizaram esta penetra��o s�o: �rtabros, Cafes e Cempses no litoral galaico-portugu�s; Vaseus na Meseta; Ber�es, Plend�es e Arvacos entre o Douro e os montes Ib�ricos; Beribraces no alto J�car. Devem acrescentar-se os Beles e os Tittes no Alto Tejo, Suesiones e Autr�gones no pa�s basco e �lcades ao norte dos Beribraces. Mais adiante encontram-se C�lticos no Baixo Guadiana, Gauleses no Ebro M�dio e Germanos no Alto Guadiana o que prova a mistura de povos que compunham esta invas�o comprovada nas necr�poles escavadas. Ao contr�rio o superceltismo da Galiza parece produzido por uma migra��o interna procedente da Celtib�ria em meados do s�culo II a. C., que teve a Tarteside (Turdet�nia) como fase interm�dia (...) A prolongada influ�ncia de P�nicos e Romanos, exercida pelo sul e levante, dar� lugar, com o tempo, � chamada cultura ib�rica, enquanto outras, de proced�ncia transpirenaica, e devidas sobretudo a metal�rgicos transumantes, trouxeram modalidades de La T�ne. Daqui se deduz que o mais puro c�rculo c�ltico se encontra no Norte do Tejo, com povoados fortificados em eleva��es (castros e cit�nias), como Num�ncia, Contr�bia, etc. Nas Ast�rias (Coa�a), Galiza (Santa Tecla) e Portugal (Briteiros, Saboroso, etc.) as casas s�o circulares (ascend�ncia mediterr�nica)..."


Segundo a Enc. Luso-Brasileira "...o nome Lusit�nia prov�m de Lusus (a raiz Lus, bastante vulgar em territ�rio celta como o soube frisar A. Sch�lten). O nome do pa�s derivava, deste modo, do onom�stico Lusus, como derivam do nome de pessoa quase todos os nomes de parentesco e de tribo, principalmente do chefe de tribo: Lusit�nia quer dizer "tribo" ou "povos" de Lusus. Mas Lusus, n�o aparece, por�m em nenhum texto antigo, apesar da multiplicidade de outros de raiz igualmente celta: Lusa, Lusatia, Luseous, Lusoios, Luseu, etc., ou ainda Lusones na indica��o de Leite de Vasconcellos, que admite, ali�s, Lus como radical te�rico comum a Lusus, Lusones e Lusit�nia. A certeza que nos imp�e � esta: os nomes com o radical Lus s�o vulgares no pa�s dos Celtas; os lusitanos, povo de raiz aut�ctone neste rinc�o peninsular, formaram com os Celtas, mediante cruzamentos, um conjunto de tribos, com caracter�sticas e l�ngua celtiberas ap�s as invas�es Celtas e Ib�ricas, no in�cio da Idade do Ferro..."


Apetece-nos perguntar; n�o aparecendo Lusus, em nenhum texto antigo, quer dizer que ele aparece pela primeira vez na Pen�nsula?


Que povo ou povos ter�o ent�o fundado o Luso?


Alguns povos oriundos da Lusatia, regi�o do centro da Europa?


Teriam sido os Lusones, de certo modo envolvidos "na hip�tese celtibera" da origem do nome de Lisboa? (Enc. Luso-Brasileira) "...O nome Lisboa proviria do poss�vel elemento celta Lysus (primitiva designa��o do Tejo, chamando-se Lusones os povos remot�ssimos que habitavam junto das suas nascentes) e de Ipo que em fen�cio designa beleza e esplendor, com o prefixo ib�rico O (A. de Sousa)..."


E porque n�o Lusus, o rei da Lusit�nia?


Estas s�o perguntas que gostar�amos ver respondidas pelos nossos historiadores, que um dia possam debru�ar-se, mais demoradamente, sobre este tema.


A j� citada estrada, dita romana, que desemboca nas portas de Coimbra, na mata do Bu�aco, far� ela parte da estrada romana Lisboa/Braga?


Se n�o faz, que interesses teriam os romanos para ligar Con�mbriga ao Bu�aco?


Se se trata de uma via de origem c�ltica ent�o poder� haver uma explica��o l�gica que passa pelo sentimento religioso destes povos.

Talvez os seus sacerdotes, os druidas, ( "...druida, palavra que significa "conhecer o carvalho" e pode relacionar-se com os seus rituais, que tinham lugar em carvalhais sagrados....." ) possam ter fundado, na mata do Bu�aco, o seu santu�rio. Ser�, portanto, oportuno citar aqui uma passagem de " A Civiliza��o Celta " de Fran�oise Le Roux e Christian-J. Guyonvarc?h (Publica��es Europa-Am�rica) "".....Chegamos, assim, � concep��o c�ltica do santu�rio compreendido como um centro, muito mais "omphalos" (centro) do que templo, equivalente no terreno � festa no tempo e lugar carregado de valor sagrado. Era assim a capital pr�-crist� da Irlanda, Tara, sede da realeza suprema ou, em menor grau, Emain Mancha, capital do Ulster, e Cruachan, capital do Connaught, que fazem parte de numerosas narrativas �picas. � de assinalar que, se frequentemente se faz men��o ao druida ou aos druidas do rei Conchobar, nunca � indicado o lugar de culto, n�o sendo certo que este sil�ncio possa ser atribu�do ao Cristianismo. Segundo algumas opini�es, o santu�rio � o local onde o druida reside. E onde est�o os druidas est�o tamb�m os deuses, de prefer�ncia numa paisagem natural, fora do vulgar, geralmente num s�tio alto. Muitos dos grandes santu�rios c�lticos s�o cumes do g�nero do Magdalensberg ou do Donon.


Tal como n�o constru�ram cidades, os Celtas tamb�m n�o edificaram templos, no sentido cl�ssico da palavra. Possu�am, isso sim, santu�rios (nemeton), bosques sagrados, centros inici�ticos ou espirituais conhecidos, sem contar com os que s� deviam ser conhecidos por alguns druidas de posi��o elevada..."


Na Enc. Luso-Brasileira, apenas encontrei mais duas localidades cujo nome cont�m o radical "Lus" : Lusinde, freguesia do concelho de Penalva do Castelo, n�o havendo qualquer refer�ncia � data da sua funda��o e Lustosa, freguesia do concelho de Lousada e que tivera origem, segundo a tradi��o, num antiqu�ssimo mosteiro ali constru�do, antes da funda��o da Nacionalidade.


N�o podia terminar esta compila��o de textos sem recorrer a Cam�es, atrav�s do Dicion�rio de Manuel dos Santos Alves, inserido nos Lusiadas e no qual se definem as seguintes palavras de raiz c�ltica "Lus ":


Lusit�nia - III-21,82,95, IV-6, VI- 43, VIII-2 - Parece que a or�gem dever� buscar-se em Luso ou Lisa, conforme assevera o poeta. De qualquer forma, Lusit�nia representava uma parte ocidental da Pen�nsula habitada pelos Lusitanos, com quem os Romanos travaram lutas ac�rrimas durante a conquista e romaniza��o, ap�s a divis�o da Pen�nsula em Citerior e Ulterior. Sob os Antoninos, a Lusit�nia come�ava no Douro, alongava para Este, passando junto de Toledo, descendo depois at� ao Sul (actual Algarve). Nesta zona teria nascido Portugal, de cujo facto resulta a designa��o de Lusitanos dada aos Portugueses. Alexandre Herculano contraditou esta origem.


Lusitanos - I-50, 94, II-44, IV-24, 50, VI-48, VII-79, VIII-35, 59, 84, IX-I8, X-II8 - Descendentes de Luso, Portugueses.


Luso - I-24, 39, 62, II- 17, 103, III-21, 51, 95, VI- 26, VII- 2. VIII - 2. - Filho de Baco ou possivelmente Rei da Lusit�nia.


Lusitano - II- 48, III- 114, VII- 45, X- 18,27, 44 - Portugu�s.


E termino tal como comecei - O Luso "...J� vem de longe..."


De muito longe?


De h� 2500 anos?



Bibliografia:


Saraiva, J. H. (1986) "O Tempo e a Alma", C�rculo de Leitores, Lisboa.
Saraiva, J. H. (1983) "Hist�ria de Portugal" (mapa do s�culo XI elaborado por Paulo Mer�s e Aristides de Amorim Gir�o), Publica��es Alfa, SARL, Lisboa.

Serr�o,J.(1990)"Dicion�rio da Hist�ria de Portugal", Livraria Figueirinhas, Porto.

"Atlas de Portugal" (1988), mapa de Fernando Alvares S�co, na contra-capa, Selec��es do Reader?s Digest, Lisboa

"Enciclop�dia Luso-Brasileira de Cultura"(1976), Editorial Verbo, Lisboa.

Rodrigues, A. S., (1994), "Hist�ria de Portugal em Datas", C�rculo de Leitores, Lisboa.

Dicion�rio Ilustrado do Conhecimento Essencial (1996), Selec��es do Reader?s Digest, Lisboa.

Le Roux, C.F. ; Guyonvarc?h, J. (1993) " A Civiliza��o Celta" - Publica��es Europa-Am�rica, Mem Martins - Sintra .

Alves, M.S. (1971) "Os Lusiadas", (edi��o com um dicion�rio organizado) Parceria A. M. Pereira, Lda., Lisboa.

4 Comments:

At 9/19/2005 05:30:00 da tarde, Blogger Afroluso said...

Meus amigos(as)ZZZ
Bem sei que este post ser� chato e comprido...
Espero que seja excep��o e prometo n�o abusar da vossa paci�ncia.

 
At 9/19/2005 06:37:00 da tarde, Blogger El Tonel said...

Caro amigo, ap�s um post t�o longo, o m�nimo que poderia fazer eram alguns telefonemas, a alguns amigos que sempre estudaram o assunto. Aquilo a que cheguei foi o seguinte:

- a primeira alus�o ao Luso encontra-se no Livro preto da diocese de Coimbra, do qual existe um exemplar na Biblioteca Municipal da Mealhada e que refere o Mosteiro da Varacari�a como estando, meia l�gua a poente de Luso (ano de 1064, cerca de 80 anos antes da funda��o de Portugal): "In territorio Conimbricensi unum ad Lurbanum et aliud ad Lusum" - Curiosamente, o termo que se utiliza aqui � uma forma do verbo "ludo" (de onde vem hoje a palavra l�dico) e que significa lugar de divers�o, nada tendo a ver com Lisa ou Luso, filho de Baco e que deu mote aos Lusiadas.

- Quanto � estrada das portas de Coimbra, obedece ao principio de constru��o medievo e n�o romano.

- Nunca surgiu, apesar das in�meras escava��es que foram e s�o feitas no centro do Luso, nenhumas ruinas que se reportem a qualquer periodo anterior � idade m�dia.

- A tese romana �, na opini�o das pessoas que consultei, insustent�vel, mas ao mesmo tempo uma f�bula engra�ada como muitas que o professor Hermano Saraiva costuma contar. Como em tudo na vida: cada um acredita no que quer, mesmo que todas as pistas apontem em sentido contr�rio!

 
At 9/20/2005 01:59:00 da manhã, Blogger lua-de-mel-lua-de-fel said...

Caro afroluso, gosto de saber que j� consegui colocar aqui os seus post. Apesar de um pouquito extenso, penso que est� um post interessante e �til. continue e lembre-se que n�o est� aqui para agradar mas para partilhar.
N�o obstante, gostei particularmente do coment�rio do El Tonel, que tem raz�o, tanto quanto sei, nos reparos que faz.
Para anexar mais informa��o sobre bibliografia sobre o tema, para quem interessar aprofundar esta quest�o, lembro que por a� tamb�m paira (aqui ou na nossa anterior casa) um excelente acervo de refer�ncias bibliogr�ficas sobre este tema, pela m�o da pitonisa.

 
At 9/20/2005 08:39:00 da tarde, Blogger D'artagnan said...

Afroluso

O blog � de toda a gente. N�o execute mais postings com este volume. Fa�a-os em v�rias partes por exemplo, ou crie p�ginas pr�prias e coloque aqui s� o sum�rio. Se for possivel.

 

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