Pão e Circo
Tenho lido com alguma periodicidade tudo o que tem sido "postado" e comentado últimamente neste blog e, ao final de mais de um ano, continuo a ter momentos em que me envergonho de dizer "Sou do Luso!". Digo-vos isto, sem tentar ou pretender dar lições de moral a ninguém, mas apenas com o intuito de partilhar convosco o que realmente sinto.
Exemplo disso é a tónica que colocamos sistemáticamente na negatividade ou face negativa das questões (como no caso da festa que últimamente ocorreu). Não há (repito: Não há) nada na vida que não tenha a sua faceta negativa e, é óbvio, que numa organização de um evento haja sempre alguma coisa que corre menos bem. Eu até acredito e compreendo a frustração de alguns dos organizadores que, dando o melhor de sí, têem de lidar com algumas situações incomodativas, propositadamente criadas por meia dúzia de pessoas, para quem está SEMPRE tudo mal. Aquilo que não compreendo é o facto de darem a essa gente, justamente a importância que não merecem, ao enfatizarem a sua acção.
Toda a gente sabe, que o ideal seria que toda a gente colaborasse, mas também todos sabemos que, por um motivo ou por outro, tal não é possivél. Outras alturas haverá em que colaborarão, mas desta vez tomaram a iniciativa de não o fazerem. Insistir, forçar, tentar diminuir, tentar criar sentimento de culpa, etc, etc, etc, só vai fazer com que se criem "anti-corpos", ao invés do efeito pretendido. É como evidenciar exclusivamente alguma da degradação do Bussaco ao invés da sua inegavél beleza: mais cedo ou mais tarde, as pessoas acreditam e deixam de o vir visitar.
Aos responsáveis políticos, culturais ou religiosos da terra (VOLUNTÁRIAMENTE ELEITOS - porque ninguém os obriga a lá estarem!), não cabem nem todas as responsabilidades do que mal se passa, nem todos os louros do que bem se passa (se bem que na parte dos louros se apressem a posicionar-se). Tal mundo de vertentes positivas e negativas pertence em exclusivo, porque é dele a soberania, AO POVO. Á maioria do povo (porque é assim que funciona o nosso sistema), cabe toda a responsabilidade (boa e má) de tudo o que se passa. Coloco a tónica na maioria do povo porque é sua, sempre a responsabilidade de eleger representantes, sejam eles políticos, religiosos ou lúdicos. É portanto sua, toda a responsabilidade sobre aquilo que esses representantes fazem.
Se não estão contentes com a actuação desses representantes, resta-lhes eleger outros na próxima oportunidade. É assim que funcionam as comunidades em que a democracia é a tónica.
Escrevo este post, porque ás vezes, algumas pessoas se esquecem que o que importa é que se façam coisas positivas para a maioria da população e não para meia dúzia de incomodados rezingões que teimam em pôr areia na engrenagem. Dar-lhes a importância que não merecem. é fazer o jogo deles e não o jogo decidido pela maioria.
Touché...
3 Comments:
Concordo contigo Gato.
È certo que todos nós somos diferentes.
Assim também os gostos e opiniões são diferentes.
E continuo a concordar que este espaço deveria ser um espaço de discussão de ideias, mas com decência.
Para os nossos colegas menos decentes acho que eles deveriam ir é para o toneladas.
Se eu fico por vezes incomodado com as mensagens aqui postas, com certeza vejo que pessoas mais velhas que eu e senhoras acharão este espaço muito porco.
Faço assim um apelo à decência e razoabilidade das críticas.
Concordo...com uma ou duas ressalvas. O facto de vivermos em democracia tem que ver com a decisão do povo e maiorias, mas , também, com as minorias, as que vedadeiramente fazem com que exista alguma tensão com o poder maioritário e nos protegem de possíveis ditaduras. E, como sabemos, a ditadura da maioria são mais perigosas e perniciosas que as ditaduras clássicas.
Ainda que não me inclua em nenhum quadrante político e considere, há muito, falida a dicotomia entre direita e esquerda, a verdade é que, por vezes, e ao jeito de Hegel, "o povo não sabe o que quer". Respeitar a decisão do povo (enquanto maioria) só é possível, no verdadeiro exercício democrático, quando ao povo são dados instrumentos (culturais e educacionais) que lhe permita reflectir com razão e razoabilidade as suas decisões políticas bem como a escolha daqueles que os representam, bem como instrumentos que permitam a capacidade de filtrar a informação com que constantemente são bombardeados. Antes que se apressem a dizer-me que estou a roçar o elitismo, quero deixar claro que esta posição que defendo é a mais humanitária e menos elitista, uma vez que um povo iletrado (diferente de analfabeto) é comida fácil para todo o tipo de caciques e ditaduras de bolso, mascaradas sob a imagem da democracia. Enquanto tivermos um povo que não sabe o que quer à força de não poder saber por falta de educação política/cultural, a legitimidade dos representantes políticos é um mito, assistindo-se, amiúde, a troca de favores de modo a comprar votos na velha senda do "com papas e bolos se enganam os tolos" na ânsia mesquinha do poder pelo poder e não o poder pelo bem-comum, este sim o verdadeiro desiderato de qualquer bom político.
Infelizmente, a "massa crítica", como se usa dizer, sempre foi um incómodo para os que estão no poder, desde a censura ao ridículo do discurso de um senhor como o sr. Jorge Carvalho, que é a imagem do político português pós PREC, das grandes más retóricas e das festas populares, sem qualquer educação política e sentido de serviço pelo bem comum. Felizmente, o povo começa a ficar mais culto e estes reinados de província começam a desaparecer. Isto não é um ataque a este senhor, apenas o uso como exemplo num reduto que ainda existe em localidades como a nossa.
ó future ou coiso lá como te chamas... o toneladas é um blog com pinta que não aceita lá qualquer m****!... entendidos?
Há muita m**** que é aqui escrita que eu nunca vou admitir no toneladas...!!!
Mas prontos... se queres um convite para te libertares é só mandares um email aqui ao tio!... certo???...lololololol
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