15.7.06

Quando o Homem sonha...


Estão aí os festivais de Verão. Se não me engano, a zona centro é uma das poucas que não tem nenhum e continuo a não compreender o porquê. Falta de iniciativa, com certeza, já que recursos naturais e público não faltam.
A localização do Buçaco fala por si, seja a nível meramente geográfico seja a nível de possíveis apoios de outras localidades como Coimbra, Mortágua e/ou Penacova. Um dos locais mais indicados parece-me poder ser nos Moinhos da Portela, com locais para acampar, para palcos, para as costumeiras roulottes dos comes e bebes e com autocarros permanentes para as várias localidades limítrofes, ficando ao encargo de cada uma destas o transporte e a devida publicidade às mais-valias de cada uma [bares nonstop, restaurantes a preços especiais, piscinas, praias fluviais, desporto aventura na serra, parques de campismo, pensões e hotéis a preços convidativos (porque nem todos estão para dormir em tendas), etc.].
Dito assim, parece um projecto megalómano, capaz de arrancar uns sorrisinhos cínicos aos mais pessimistas, mas só depois de visitar locais como Paredes de Coura compreendemos que não é, como canta a canção, “tão esotérico assim”.

Mas deixando as grandes produções para outro timming, há projectos desta índole, menos ambiciosos mas nem por isso menos interessantes. Falo de concertos temáticos (penso sobretudo em jazz) ao ar livre no Buçaco ou mesmo no Lago. Para que não que comecem a achar esta ideia inusitada, partilho convosco que um dos concertos de jazz que me deu mais prazer assistir foi em 2001, se não estou em erro, em Paredes de Coura, ao entardecer, sentada na relva apinhada de gente, ao concerto de Carlos Bica. Já alguns festivais de jazz na zona centro (Coimbra, Aveiro, Seia) mas, se não estou equivocada, nenhum ao ar livre nem no Verão. Temos, ainda, o belíssimo festival no Castelo de Montemor, que decorre este fim-de-semana. E antes que digam, também, que há certos de música que não se ouvem ao ar livre, atiro-lhes com os festivais de música clássica de primavera e de verão na Alemanha, na Áustria, em Inglaterra…E quem diz jazz e clássica (ou erudita como nos diz a Maria João Pires), diz world music, diz flamenco, diz grupos portugueses menos comerciais/comercializáveis, diz festival de tunas, etc.. Se for bom e bem organizado as pessoas vêm, do mesmo modo que eu vou ao Porto e a Lisboa.
Mais do que dinheiro, é preciso vontade e iniciativa…e rezar para que as burocracias não sejam obstáculo.
Faz falta um grupo de pessoas no Luso que tenha esta sede de cultura e não tenha medo de organizar eventos deste calibre, seja enquanto grupo informal seja enquanto associação. E não só de concertos, mas também, por exemplo, de tertúlias e debates, etc..
Haverá alguém interessado!?

5 Comments:

At 7/17/2006 06:48:00 da tarde, Blogger Jerico & Albardas, Lda. said...

pois é....
tudo na mesma como a lesma...

 
At 7/18/2006 11:47:00 da manhã, Blogger jibita said...

eu alinho.....mas não se esqueçam que o luso infelismente não é uma camara municipal...se é que me entendem...

 
At 7/19/2006 07:20:00 da tarde, Blogger El Tonel said...

Tou a ver que temos de fazer uma OPA á CMM.... e depois fazer uma venda hostil ao rei de Marrocos... enfim...

 
At 7/19/2006 10:41:00 da tarde, Blogger Jihad said...

Alinho!!! Onde me inscrevo?

 
At 7/23/2006 07:32:00 da tarde, Blogger lua-de-mel-lua-de-fel said...

Beijinhos, em Portugal, o festival mais antigo é o de Vilar de Mouros, que teve o seu início em 1971, ou seja, há 35 anos.
Night-fever: obrigada pelo seu contributo, mas, apesar de pertinente, falava de um evento em que a música fosse rei e trouxesse por ela mesma pessoas que permanecessem durante alguns dias no Luso. de qualquer modo, podemos sempre aprender com iniciativa semelhantes, como bem focou.
jihad: trata-se de uma ideia embrionária, de qq modo vá ficando atento e/ou envie o seu e-mail para o meu.

 

Enviar um comentário

<< Home