10.5.06

Uma Quest�o de Regi�o!




Vejo que os posts de teor pol�tico d�o normalmente aso a grandes discuss�es!

Por isso, relembro aqui um nome que ficou famoso h� uns tempos atr�s devido a uma decis�o pol�tica t�o arrojada como pol�mica!

A hist�ria, tal como a sei, tem como int�rprete Daniel Campelo, ent�o deputado eleito por Viana do Castelo!

Impondo-se contra as directrizes do partido, CDS em coliga��o com PSD, o deputado em causa apoiou o PS em nome da defesa dos interesses da por��o de povo respons�vel pela sua elei��o!

Estava em causa a sobreviv�ncia do queijo limiano como produto regional!

Lembro que na altura se falou em esc�ndalo pol�tico e em "correr" com o referido deputado da estrutura partid�ria!

O que foi Daniel Campelo com a sua decis�o? Um "troca tintas" traidor? Um "filho desnaturado"? Um "vendido"? Ou simplesmente algu�m que n�o hesitou entre apoiar o seu partido e defender as pessoas que o tinham eleito, optando naturalmente pela 2� hip�tese?
Os interesses partid�rios e os interesses regionais (locais!) entram por vezes em confronto, trazendo dilemas aos int�rpretes pol�ticos cuja decis�o e an�lise � sempre complicada!
Da minha parte, entendo, aceito e apoio a decis�o do deputado visto que ele tanto � filho do Partido como da popula��o que nele acreditou!
Gostaria de pensar que se houvesse algum problema do g�nero, por exemplo, com o Leit�o da Bairrada ou mesmo com a Mata do Bussaco, os nossos pol�ticos seriam ac�rrimos defensores da nossa reg��o nem que para isso tivessem que p�r em causa conveni�ncias partid�rias, como fez o senhor de que falo no post!

10 Comments:

At 5/11/2006 10:23:00 da manhã, Blogger lua-de-mel-lua-de-fel said...

Ainda que possa ser uma posi��o de algum perigo, penso que o snehor em quest�o fez mto bem. Quase todos os pol�ticos auferem de cargos em empresas privadas e p�blicas, ao mesmo tempo ou depois do cargo pol�tico, que, como sabemos, ter� mais que ver com facilidades dadas a certos lobbies do que m�rito ou qualifica��o pr�pria; por isso, n�o vejo que a quest�o do queijo Limiano tenha sido t�o politicamente errada como muitos fizeram querer. De facto, � como diz: este senhor estava em representa��o da popula��o que o elegeu e n�o fez mais do que aquilo a que se comprometeu fazer - defender os interesses da sua regi�o, lan�ando �s favas a cor pol�tica, que,n�o raras vezes, s� favorece interesses pessoais e est� nos ant�podas da democracia. Ainda q est� quest�o seja prenhe em pol�mica, n�o me chocou.

 
At 5/11/2006 12:41:00 da tarde, Blogger Urtigão said...

Esta e opini�o que tive na altura e que mantenho ainda hoje e neste caso n�o concordo consigo cara Lua.
A posi��o deste deputado, independentemente das boas inten��es que teve, est� completamente errada do ponto de vista de uma democracia que se quer s�ria e madura. H� principios que foram completamente corrompidos atrav�s desta ac��o.
� certo que ele representava os interesses de quem o elegeu e conseguiu com isso resolver a quest�o do queijo para al�m de outros problemas como acessibilidades entre outras coisas. Bom para eles. No entanto o que estava a votos era algo que dizia respeito ao pa�s inteiro e n�o apenas aos seus votantes. Ser� s�rio colocar os interesses de uma regi�o � frente de interesses nacionais? Ser� que com essa atitude n�o houve outras regi�es que foram prejudicadas? A AR � um local onde se definem quest�es nacionais ou � um po�o de interesse locais? Penso que a AR representa o pa�s num todo e n�o regi�es individuais. Afinal os recursos desviados para Viana do Castelo como compensa��o pelo voto tiveram que sair de algum lado. Ironizando, se calhar at� estavam destinados � mata do Bu�aco ou � promo��o do Leit�o da Bairrada.
N�o interessa agora discutir se o or�amento votado nessa altura ser bom ou mau, mas era para aplicar a todo o pa�s, pelo que neste caso a vis�o regional � muito redutora.
Apenas concordava com a posi��o caso ele tivesse dito que tinha avaliado o or�amento e concordava com ele e n�o via por isso motivos para votar contra, mas sem contrapartidas. Esta seria a posi��o correcta, n�o a venda do voto como aconteceu.

H� ainda uma outra quest�o. Se a moda pegava poder�amos assistir na AR a um tipo de leil�o. Imaginem que um outro deputado a pensar na sua regi�o dizia que votava favoravelmente e para isso bastava um conjunto de compensa��es que seria mais acessivel ao governo do que as compensa��es para Viana do Castelo. O governo aceitaria claro, mas imaginem que aparecia um terceiro com um pacote de compensa��es ainda mais baixo para votar favoravelmente. Imaginem... � esta a democracia que querem? Que os interesses regionais se sobreponham aos nacionais? Se � ent�o j� percebo porque � que Portugal � um pa�s da treta como dizia algu�m.
Esta atitude foi pouco s�ria quer por parte do deputado quer por parte do Governo da altura.

Acrescento que n�o concordo com os votos em bloco na AR, cada deputado deveria votar em consci�ncia sem ter de enfrentar um eventual processo dentro do partido.

Desculpem o tamanho do coment�rio, mas h� certas coisas com as quais n�o posso pactuar.

 
At 5/11/2006 02:10:00 da tarde, Blogger D'artagnan said...

Por onde come�ar?

De facto, o post veio trazer de novo � tona, a moeda do nosso sistema democr�tico: Uma moeda com duas faces, como todas as outras moedas.

Solicita-se aos deputados que s�o eleitos em c�rculos regionais, que se esque�am disso no momento em que entram dentro da AR. Ou seja, solicita-se que se esque�am das popula��es que os elegeram, para come�arem a pensar no total da na��o. Ora, � neste bipolarismo eleitoral/legislativo (h� muitos anos identificado), que reside o problema que foi levantado no post e que suscitou duas opini�es distintas, mas democr�ticamente defens�veis e verdadeiras (se bem que antag�nicas).

Provavelmente uma lei eleitoral, que elegesse os deputados atrav�s de listas nacionais, solucionaria o problema, mas tal implicaria o desaparecimento de certos �feudos pol�ticos�, bem como a bipolariza��o partid�ria �pura e dura�, pois os pequenos partidos, deixariam de ter express�o que lhes permitisse a elei��o de qualquer deputado.

A solu��o n�o � f�cil nem est� � vista.

Outros acontecimentos como este, ou como o que colocou o deputado Manuel Alegre contra o ent�o Ministro do hambiente, Jos� Socrates, acerca da co-incenera��o em Souselas, v�o continuar a acontecer.

O sistema n�o � perfeito, pode ser melhorado, mas at� l� teremos de conviver com os seus defeitos, concentrado-nos nas suas virtudes.

Touch�...

 
At 5/11/2006 02:28:00 da tarde, Blogger Urtigão said...

Aten��o caso raspadinhas,
o meu coment�rio n�o foi um ataque � Lua ou ao seu coment�rio. Apenas manifestei que neste caso a minha opin�o � diferente da dela, o que pode legitimamente acontecer, assim como noutras ocasi�es e/ou em rela��o a outras pessoas.

Concordo com o que diz caro Gato, mas penso que a solu��o n�o ser� assim t�o dif�cil. Basta que as pessoas tenham principios , os cumpram e os fa�am cumprir. Pelo menos as que t�m cargos publicos de responsabilidade.
Deixem-me sonhar j� que n�o me resta outra coisa...

 
At 5/11/2006 04:41:00 da tarde, Blogger Urtigão said...

Voltei a ler o seu primeiro coment�rio e dentro do contexto e do seguimento dos coment�rios at� ent�o e continuo a entender que o senhor n�o quis aproveitar um ataque � senhora Lua que supostamente seria anterior ao seu coment�rio. Passo a transcrever o in�cio do seu coment�rio para que perceba este meu racioc�nio.

"N�o querendo aproveitar um ataque � senhora Lua, pois ela tem a sua opini�o, merecendo o meu respeito por tal, mas n�o a minha concord�ncia, subscrevo totalmente as palavras s�bias do urtig�o."

Das palavras por si utilizadas depreendo que o ataque a que se refere seria anterior ao seu coment�rio e supostamente seria meu, dada a sequ�ncia, por eu n�o ter concordado com a opini�o por ela manifestada.

Desculpem l� esta explica��o mas considerei que seria necess�rio.
Bem haja...

 
At 5/12/2006 12:30:00 da manhã, Blogger Sentinel' Alerta said...

Tamb�m c� vai a minha opini�o, ainda que j� n�o tenha presente todos os contornos do sucedido.
Por�m, tratou-se sem d�vida de um caso de corrup��o pol�tica. E corrup��o porqu�? Porque a posi��o que o deputado do CDS-PP tomou foi na expectativa de receber favores em troca, ainda que para os seus eleitores. Se n�o lhe fossem concedidos esses favores por certo n�o teria votado assim...
Por outro lado num acto de corrup��o h� duas partes coniventes, o corrompido no caso o deputado do CDS e o corruptor,no caso o Partido Socialista ou vice versa porque n�o se sabe quem prop�s o neg�cio.
N�o devemos confundir este caso com o do deputado Manuel Alegre na vota��o da coincinera��o pois, que se saiba, este deputado n�o orientou o sentido do seu voto em fun��o de benesses pessoais ou pol�ticas mas sim em fun��o das suas convic��es.
Entendidos?

 
At 5/12/2006 10:27:00 da manhã, Blogger Urtigão said...

Ol� caro Lonilin,
N�o me recordo de o ler por aqui, talvez por falha minha, por isso dou-lhe as boas vindas da minha parte. Penso que a sua colabora��o ser� enriquecedora.
Contudo n�o posso deixar de perceber um comportamento, da sua parte claro, de certa maneira presun�oso, sendo mais um po�o de virtudes, muito cultivado via leitura, viajado ,etc. Cultivado porque tem uma lista de 300 livros e agora j� pode falar livremente para mostrar esse grande feito que � ter uma lista de 300 livros. Os outros, ao contr�rio de si, s�o uma cambada de energumenos iletrados que para aqui andam e cujas opini�es s�o meras baboseiras.
Falta agora saber se tamb�m tem os ditos 300 livros e principlamente se por acaso os leu. Tamb�m tenho alguns livros em casa mas em muito menor n�mero. Uns j� li outros nem por isso porque considero n�o valer a pena. Ser� que posso continuar a comentar neste blog?

Tenha l� santa paci�ncia e n�o venha moralmente dar li��es de maldic�ncia porque este seu coment�rio � todo ele � excep��o do segundo par�grafo uma maledic�ncia pegada, veja l� bem o que escreveu.

 
At 5/12/2006 12:41:00 da tarde, Blogger O Grama-o-Fone said...

Aplausos ... lonilin

 
At 5/12/2006 01:30:00 da tarde, Blogger D'artagnan said...

Caro Lonilin

Pe�o-lhe desculpa por n�o ter 300 livros em casa e por n�o viajar muito.

Sabe que �s vezes, a oriena��o das nossas opini�es sobre um amontoado de livros, acaba por nos roubar tempo precioso para a medita��o, o desenvolvimento de ideias pr�prias e o conv�vio com outros seres humanos.

A imposi��o soberba de ideias fundamentadas em saberes livrescos, acaba por castrar o debate de ideias entre seres humanos, numa esp�cie de feira das vaidades em que se v�o �sacando� t�tulos e autores � laia de pistol�o de western, com o resultado final constante de EMPATE!

A fundamenta��o de ideias � essencial, mas n�o se esque�a que as boas ideias n�o s�o um exclusivo dos intelectuais. Temos todos os dias provas disso e nada nos d� o direito de querermos ter a primazia da verdade.

Se assim for, s� h� um caminho: ficar em casa a olhar para o espelho, satisfeitos e contentes com o que vemos, apaixonados pela nossa pessoa e inflexiveis no pensamento de que s� n�s temos raz�o.

Touch�...

 
At 5/12/2006 06:58:00 da tarde, Blogger lua-de-mel-lua-de-fel said...

Seja bem.vindo lonilin, mas sempre lhe vou dizendo que mais importante que ter n livros � saber ler e, por isso, concordo consigo em parte, pois penso que as opini�es devem ser fundamentadas e elevar-se o n�vel da discuss�o (o baixar o n�vel s� serve ao caciquismo). N�o sei se foi neste sentido o seu coment�rio, mas se foi concordo consigo. Mas,lembre-se, que saber ler e pensar n�o � apan�gio dos que se dizem eruditos, muitas vezes mais iletrados que aqueles que nunca tiveram acesso � cultura ou a qualquer forma��o acad�mica.

Caro urtig�o obviamente que tem raz�o e, por isso, escrevi no meu primeiro coment�rio que a minha posi��o al�m de pol�mica podia ser perigosa. No entanto, se repararmos no modo de fazer pol�tica ou mesmo no sistema de representa��o na AR, vemos que este caso s� pecou por ser transparente e mediatizado. Lutar na AR por um queijo ou por uma unidade de sa�de e com isso ir contra a direc��o do partido em defesa dos interesses locais para mim � igual. E veja o que est� a acontecer com as maternidades e, ao mesmo tempo, o financiamente de novos grandes hospitais: como sabemos o encerramento de algumas maternidades pouco tem que ver com as suas condi��es, mas, antes, com a redu��o do d�fice p�blico e, tamb�m, com promessas eleitorais a algumas autarquias (da mesma cor pol�tica)de novas unidades de sa�de. Os representantes pol�ticos das popula��es t�m o dever de lutar pelos seus interesses e, se h� les�o no esp�rito democr�tico (onde tamb�m concordo consigo)a culpa ser� maior em quem se deixa corromper para ganhar maior legitimidade pol�tica. Veja, j� que est� tudo em estado de gra�a com o centro de sa�de do luso, que esta foi uma luta de deputados que representavam a nossa zona na AR e que s� foi adjudicado com o ps no poder e n�o aquando desta luta em AR, em 2003, com Dur�o Barroso.
Onde est� a diferen�a de motivos? Quando o Campelo lutou pelo queijo estava a lutar pelos interesses da popula��o que representava e sabia que com um governo com cor pol�tica diferente n�o podia fazer mais do que vender o seu voto, que foi comprado de bom-grado.
Infelizmente � a pol�tica e os pol�ticos que temos e, talvez agora, compreenda o porqu� da minha aposta em listas e movimentos mais do que em partidos: � que, n�o raras vezes, a cor � mais importante do que os projectos apresentados.

Urtig�o, n�o tem que vir dizer que n�o me pretendeu atacar, porque, ao contr�rio de muitos que por aqui pairam, sei distinguir a discuss�o salutar e democr�tica do achincalho gratuito e n�o me senti atacada pessoalmente, infelizmente, h� pessoas que teimam em n�o perceber as diferen�as. � exactamente este tipo de coment�rio que o senhor fez, como tamb�m faz o gato, o grama, o lobo mau, o sentinela, o ido jerico, etc., que me fazem ainda vir aqui e prezar o debate p�blico.

 

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