A CARRO�A VAZIA E A LUA A OBSERVAR
Eu gostava muito do meu av� pelos s�bios conselhos que me dava.
O meu av� tinha um burro chamado "russo" que era um animal muito grande e possante. O "russo" tinha de puxar a carro�a para Vila Nova de Monsarros, quase sempre, tr�s vezes por semana. A carro�a era linda e estava sempre muito bem arranjada porque o meu av� era carpinteiro.
Um belo dia, o meu av� convidou-me a ir a Vila Nova de Monsarros buscar umas couves em Vale de Barr�o, que era uma das terras que pertenciam � nossa fam�lia. Aceitei com muito prazer o convite.
No regresso ao Luso, estava j� luar, olhei para a lua e sorri. O meu av� perguntou-me :
- � De que � que est�s a rir ? � Eu respondi-lhe : � Estou-me a rir da lua, parece-me, at�, que ela nos est� a observar e a falar com a carro�a! O "russo" � que n�o entende nada !�
Depois de um pequeno sil�ncio ele perguntou-me:
-� Al�m do cantar dos p�ssaros, est�s a ouvir mais alguma coisa ? �
Apurei os ouvidos, escutei, escutei, e respondi :� S� estou a ouvir o barulho da carro�a �
� � isso mesmo, � o barulho da carro�a e faz muito barulho porque vai vazia �, disse o meu av�.
�Pois � av�, n�o trouxemos couves nenhumas, o av� ficou a falar muito tempo com o Ti Enjum, e n�o fizemos nada ! �.
O meu av� ensinou-me ent�o que � muito f�cil saber quando uma carro�a est� vazia, por causa do barulho. Quanto mais vazia a carro�a maior � o barulho que faz.
Olhei outra vez para a lua e comecei a pensar no que o meu av� afirmou.
Nessa altura tinha cinco anos, era um mi�do traquinas e todos diziam que era muito perspicaz, o padre Ant�nio gostava muito de mim.
Tornei-me adulto, e at� hoje, quando vejo uma pessoa a falar demasiado, inoportuna, injusta e imoral, interrompendo, at�, a conversa de todo o mundo e a falar o que n�o deve, tenho a impress�o de ouvir a voz do meu av� Joaquim dizendo :
"QUANTO MAIS VAZIA A CARRO�A; MAIOR � O BARULHO ".
Este post � dedicado a todos aqueles e aquelas que andaram na carro�a do meu av�.
13 Comments:
T�-me a parecer que vem l� chuva da grossa...
Pessoalmente preferia que o c�u desanuviasse, o Sol brilhasse e a malta subisse toda para a carro�a e se entendesse sobre o melhor caminho a seguir.
E se o �russo� j� n�o existir, sempre posso emprestar o Jerico.
Ainda conheci o teu av�, Mas n�o me lembro da carro�a nem do Russo...
Ele n�o tinha uma Motoreta? azulada ou, talvez, da cor do russo a fugir...
Se a carro�a vai t�o cheia porque � que faz tanto barulho?
Como a PITONISA era uma sacerdotisa de Apolo que proferia or�culos em Delfos, cidade da Gr�cia antiga, passou, muito de repente pela LUA, olhou para a carro�a e pensou, pensou. � sua santa cabecinha de excelente sacerdotisa veio a brilhante ideia : �vou criar um mito e como eu sou mestre em cripton�mia, troco luas por pitonisas, pe�o ajuda ao Guerra Junqueiro e confundo isto tudo�. E assim, com o seu g�nio imarcesc�vel, criou um cacique imagin�rio e recusou andar na carro�a.
� pena, mete d�, porque em vez de andar tanto a marfar, na carro�a poderia entrar e, assim, fazer alguma coisa de �til,ensinar e aprender em vez de nos brindar sempre com a sua parlanda.
Mais uma vez, em verdade, em verdade te digo que gosto muito de ti, sem pretens�es a um dia te cacicar. Acredites ou n�o, esta � a pura verdade, minha Querida Amiga.
Quando tinha sete 9 anos adorava ouvir a D.� Alice, a esposa do Sr. T� Esteves, ler-nos a Moleirinha. Pela estrada fora, toque, toque, toque, n�o � verdade AFROLUSO ?. Pior foi quando o EURICO TAVEIRA, alcunhado de "Euri�o", por causa do toque, toque, toque, roubou a r�gua ( palmat�ria ), fugiu com ela para debaixo da escola, entrando pelo buraco dos c�es e ali ficou todo o dia a fazer companhia aos caninos, respondendo negativamente aos apelos da D.� Alice para abandonar o local, perante a risota geral dos seus colegas. Velhos tempos AFROLUSO!...
Querido Amigo Jerico : Empresta l� o teu jerico, mas v� se ele est� de perfeita sa�de para puxar pela carro�a que pode vir a ficar muito pesada, at� se inventar uma vacina de humildade, fraternidade, amor e respeito pelo pr�ximo, conceitos de vida cada vez mais distantes do ser humano.
Recebe um grande abra�o deste teu Amigo que tem carregado muitas albardas na vida.
Caro AFROLUSO : A motorizada veio depois do "russo" morrer. O meu av�, com a bonita idade de 90 anos, ainda andava na motorizada que tinha uma cor amarelada, parecida com a cor do burro quando foge, que � aquela cor que ostentamos todos quando andamos com a cabe�a na lua. Sim, � evidente, n�o somos perfeitos, pois n�o ?
Caro Amigo Asdrubal : O "russo" era mesmo um burro. Era muito grande e valent�o. O meu av� tratava-o mal quando ele n�o lhe apetecia andar. Eu ficava muito triste e dizia-lhe : � Av�zinho, deixa o "russo" em paz, n�o lhe fa�as mal que ele � meu amigo�. T�nhamos, tamb�m, um c�o que n�o era raivoso, chamado "FIEL". Ah ! Estou esquecendo uma coisa : ele s� era raivoso para o falecido e inesquec�vel Z� BALAU. O fiel, quando o encontrava na rua, ladrava-lhe muito, sabes porqu� ? Porque o Z� BALAU �a a minha casa dar-me injec��es e eu chorava muito. O "fiel" estava l� e... ladrava, ladrava, ladrava. Chorei muito quando o "fiel" morreu e no Casino de Luso, onde se ouviam os relatos via r�dio do meu Benfica, nesse dia muito triste para mim perguntaram-me : -� Jorge, antes querias que o Benfica perdesse, ou que o "fiel" n�o tivesse morrido� ? Eu respondi :- � Antes queria que o Benfica tivesse perdido�. O Senhor Carlos Figueiredo, saudoso Amigo, pai do CHICO, e o Sr. J�lio Lopes, dono do Casino, olharam para mim e choraram tamb�m. O Senhor J�lio foi buscar um chocolate e deu-mo. Nunca mais esqueci o meu querido "fiel" que enterrei no terreno que fica nas traseiras do sal�o da Alice Cabeleireira. O pai do CHICO FIGUEIREDO adorava, tamb�m, o "fiel". Este nome � mesmo muito bonito, mesmo dado a um c�o. E o meu querido "fiel" tinha sempre raz�o e nunca a perdeu. Veio despedir-se de mim, ao meu quarto, l� na minha casita no LUSO D�AL�M. Disse-me adeus com a patita e partiu...
CONTINUEMOS A BLOGAR !
cara Pitonisa.
Para lhe enviar-mos o convite necessitamos do seu e-mail.
Poder� indic�-lo aqui ou se preferir, poder� envi�-lo para o e-mail da administra��o:
amoteluso@mail.pt
sauda��
O Jorge Coelho, meu ilustre Camarada, disse um dia " QUEM SE METE COM O PS LEVA ! "
Eu tamb�m levo nas orelhas de vez em quando. E faz-me muito bem, mesmo muito bem, quando as cr�ticas s�o construtivas e isentas de demagogia barata.
N�o vale a pena andarmos para aqui a disfar�ar e a tentar criar mitos, nem pretensos guardi�es do templo, pois eles n�o existem. Quem tanto estuda filosofia sabe muito bem que o pancalismo � valor fundamental. Mas como eu n�o sou belo e n�o sou cacique, porque n�o tenho "pedalada" para as duas coisas...
� claro que, se me permite a Digm.� Administra��o, aqui deixo a sugest�o de tornar improcastin�vel o merit�ssimo pedido da minha querida Amiga Pitonisa, para ela me dar as "ripadas" no seu pr�ximo postar. Mas n�o � o que ela sempre faz ?...
Seja bem-vinda de novo pitonisa, ainda que n�o tenha vindo pelos melhores dos motivos... Tamb�m me lembro de cantar a moleirinha (ainda que n�o tenha sido colega do excelso Jorge Carvalho).
Caro Jorge Carvalho, como lhe disse anteriormente, n�o vou alimentar mais esta discuss�o, provoque � vontade, porque n�o me provoca quem quer mas quem pode. Gostei do seu m�todo de calar as pessoas, apelando a amigos comuns (?) e hist�rias melodram�ticas (tamb�m gostei da hist�ria do Fiel, sabendo n�s dos envenenamentos p�blicos dos caninos, proibidos por lei). Volto a lembrar-lhe que n�o sabe quem est� por detr�s dos nicks e que rela��es as pessoas t�m. N�o retiro nada da minha opini�o, que francamente e honestamente lhe dei, tendo eu todo o direito de n�o concordar com a sua postura p�blica. O facto de tentar apelar � vida privada das pessoas que o criticam, num lan�amento de barro � parede que j� mete asco, � digno de ditadorzinho. Primeiro queria que os que o criticam fossem � Junta para lhes "explicar", depois vieram os telefonemas privados para alguns que suspeitou serem comentadores, apelando aos nobres valores da amizade, do passado, etc., na tentativa de os calar.
Quanto � minha dupla identidade de nick neste blog, fique a saber que nunca precisei de ter outro nick, porque sempre assumi as coisas, mesmo quando fiquei isolada em determinadas discuss�es. O mesmo j� n�o se pode dizer do senhor, n�o �!?
E encerro, definitivamente, este cap�tulo porque j� n�o tenho idade para birrinhas.Fique bem.
Cara Lua : A demagogia � por demais latente e, sobretudo, alia-se � falta de informa��o.
N�o fa�o telefonemas privados a ningu�m, n�o pretendo silenciar seja quem for,n�o lan�o barro a paredes, n�o sou e nunca fui ditador - sofri bem na pele o fanatismo de ditadores - e muito menos mandei envenenar c�es, porque isso � indigno e miser�vel. Lembro-lhe que j� me envenenaram 3 c�es e, recentemente, perdi a minha KALINKA, uma cadela husky muito bonita e meiga, porque a envenenaram.
Quanto aos nick names, para os obter tenho de pedir ajuda a certos amigos, porque ainda n�o aprendi a lidar muito bem com isto. Quem ler este coment�rio e me ajuda a colocar os "bonecos" no post sabe que o que afirmo � verdade.
A Senhora Lua, que j� anda nisto h� muito tempo, deveria conhecer a verdade das situa��es, mas como n�o se quer dar a esse trabalho... Por acaso, n�o entraram neste blog com o seu nick, sendo outro bloguista? Olhe : eu � que n�o percebo nada do assunto, quer a senhora acredite ou n�o.
N�o se zangue tanto e junte-se � equipa que anda a procurar solu��es para a nossa terra. A Senhora at� j� mostrou valor e sabedoria para ajudar a resolver problemas que nos afectam gravemente.
V� l�, a Senhora at� � boa pessoa e descendente de gente muito s�ria, trabalhadora, fraterna e compreensiva.
Pe�o-lhe um favor : n�o se zangue tanto comigo.
Minha Querida Amiga Lua : Esqueci-me de comentar o nobre cognome com que me brindaste no teu coment�rio : Jorge Carvalho " O EXCELSO ". Nenhum rei portugu�s, de Afonso Henriques a D. Manuel II conseguiu obter tamanha gra�a. Agrade�o-te por me considerares sublime, excelente, maravilhoso, ilustre, magnificente. Mas que este nobre t�tulo n�o seja usado, um dia, nos teus epigramas e que sirva,apenas, para o come�ar de uma forte amizade, prof�cua, duradoura e fraterna.�, apenas, o sincero desejo de algu�m que te admira. Entende como queiras entender, mas lembra-te sempre que n�o digo isto hipocritamente.
Quando tinha 17 anos, tive o prazer de conhecer um brasileiro chamado Raul Vilares. Viveu no Luso, de Fevereiro a Outubro do ano de 1970 na casa do Senhor Costa Mendes, hoje pertencente � fam�lia do falecido Sr. Eng.� Ramos de Carvalho. Ele vive em S. Paulo, no Brasil, e, h� cerca de 7 anos,veio visitar-me a Portugal.
Fal�mos de muitas coisas e da amizade que o une ao escritor Paulo Coelho. Por sinal, O Raul Vilares, ainda se lembra da est�ria da carro�a e de uns livrinhos de poesia, escritos por mim,algumas prosas e outras lembran�as que lhe dei e � sua fam�lia e a umas primas muito bonitas que ele tem.
Por falar em brasileiros e f�bulas, s� tenho a dizer que, principalmente, uma f�bula � uma narrativa curta e imagin�ria, com um objectivo moral e pedag�gico, geralmente protagonizada por animais ou seres inanimados.
Que semelhan�a ter� o Raul Vilares com a est�ria ( n�o e f�bula )?
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