SIM ou NÃO, eis a questão
Os meus respeitosos cumprimentos a todos.
Há já algum tempo que não participo no blog de forma activa, apesar de nunca ter deixado de o visitar.
Aproveitando o post do nosso amigo Jerico, regresso apenas para uma última análise sobre o tema do referendo do próximo Domingo. Não querendo influenciar ninguém, mas correndo o risco de ferir algumas susceptibilidades, não quis deixar aproveitar a última hora em que me poderia manifestar para referir as minhas conclusões/reflexões.
A questão colocada é única e exclusivamente sobre se as mulheres devem ou não continuar a ser penalizadas quando fazem um aborto e não sobre se se concorda ou não com o aborto.
Por este motivo considero que houve alguma desinformação por parte da campanha do NÃO ao insistir que quem vota SIM é a favor do aborto, ou que votar SIM é liberalizar o aborto. Isto é uma mentira total. No programa “Prós e Contras” da RTP, momentos altos da campanha, esta insistência por parte do NÃO foi por demais evidente, quase considerando assassinos os defensores do SIM.
Ninguém é a favor do aborto, nem quem a ele tem de recorrer seja qual for o motivo. Ninguém faz um aborto por prazer ou por desporto. O lema da campanha do SIM não foi “Façam abortos” ou “Fazer aborto é fixe” ou “Vamos liberalizar o aborto”.
A campanha do SIM foi tão-somente esta: “Vote na despenalização da mulher que por algum motivo decida que deve fazer um aborto até às 10 semanas, permitindo assim que o faça em segurança e não nas mãos de um qualquer carniceiro aproveitador e evitando que esta seja julgada na praça pública porque se uma mulher o decidiu fazer vai fazê-lo de qualquer modo seja ou não legal”.
Na minha decisão de sentido de voto fiz o seguinte raciocínio que considero simples:
Aborto vai haver sempre, seja o acto legal ou ilegal. Actualmente o país convive com dois problemas dentro deste tema, o Aborto em si e o Aborto Ilegal.
O aborto nunca vai acabar mas o aborto ilegal pode acabar ou quase desaparecer.
Ao votar NÃO estes dois problemas irão subsistir.
Ao votar SIM poderemos ficar apenas com um destes problemas.
Ao votar NÃO nunca chegaremos a tempo de tentar evitar que este seja cometido, porque já é tarde demais quando as mulheres têm de recorrer ao Hospital publico porque a coisa correu mal.
Ao votar SIM teremos ainda uma hipótese de tentar dissuadir quem o pretende fazer e apontar alternativas.
Considero que um mal é melhor que dois e que qualquer outro argumentos para além destes não são utilizados com a cabeça mas sim com o coração. Tentemos ser racionais.
Desculpem lá o mau jeito.
Um bem-haja para todos e até Domingo.
4 Comments:
Bem visto
e
Obrigado pela ajuda na minha indecisão.
Vota NÃO
Ao ainda estás a tempo de salvar algumas vidas
Grande Urtigão
Já estava com saudades dos teus posts.
Também já estava com saudades do Urtigão. E não o tinha dito antes com receio de violar alguma regra democrática.
Enviar um comentário
<< Home