17.6.06

Tudo uma questão de nível…pidesco e esquizóide…

Todos sabemos que a sociedade humana está estruturada numa hierarquia, a partir de vários critérios (poder cultural, poder económico, poder político, prestígio, etc.) que todos reconhecemos. É verdade, também, que com a democracia esta hierarquia esbateu as linhas que separavam estratos e estatutos sociais (o chamado “nível”), existindo uma maior mobilidade social. Parece, no entanto, que ainda existem pessoas que, apesar das constantes mudanças sociais, ainda não estão preparadas para esta flexibilidade da realidade social e muito menos para perder um estatuto que (ainda) pensam ter.
Antes que me tomem por tonta, explico-vos que esta introdução deve ser o pano de fundo para leitura de um rumor que por aí se anda a espalhar por causa deste blog. Na senda da perseguição ao blog do Grama, parece que anda aí uma onda reinventada que diz à boca cheia que há nome de pessoas, potenciais nicks deste blog, que está referida numa lista da judiciária. Bem, supondo que isto é verdade (ahahahahhah) parece que esta lista ainda não foi utilizada porque ainda não se meteram (nos metemos, portanto) com gente de nível. A propósito disto, gostaria de fazer aqui algumas considerações e, na mesma linguagem desta gente “de nível”, também algumas ameaças.
1- Antes de mais, os meus aplausos pela incongruência primeira de acharem que pessoas como o senhor JC, vosso “amigo”, não têm nível. Aliás a ser verdade uma idiotice destas, da lista ou índex, este senhor vosso amigo será o primeiro a cair;
2 - as pessoas de nível, seja lá isso o que for, são pessoas que merecem o respeito da população e, para isso, devem ser competentes e, consequência lógica, não devem ter medo de críticas, pelo contrário, como pessoas de nível, deviam desejar críticas de modo a aperfeiçoarem o seu trabalho, já que as pessoas de nível são também as que são humildes e não estão arreigadas ao poderzito;
3 - as pessoas de nível são aquelas que pautam as suas acções por um espírito democrático e são verticais, não ameaçando com polícia o direito que todos temos à livre expressão;
4 - o facto de estarmos num blog, apesar da Internet ser um espaço público, significa que estamos num grupo restrito de opinião e não que temos uma actividade de propaganda pública. Aconselho, aliás, estes senhores de nível a auscultarem um bom advogado ou juiz para que lhes explique que o problema de uma legislação sobre este tipo de intervenções se deve exactamente ao eterno problema de saber onde colocar a linha entre o público e o privado. Obviamente que este problema é resolvido, por exemplo, quando estamos a falar de redes de pedofilia ou terrorista, onde há um perigo público, mas não me parece que um fórum de debate de opiniões tenha esse peso.
5 - decorrente do ponto anterior, aconselho a terem cuidado com entradas em computadores privados que é o equivalente a entrar em casa alheia ou colocar escutas em telefones, lembrando-lhes o que aconteceu à judiciária por não ter pedido autorização para tal. Se for um privado a tentar, tenham também cuidado que esse acto pode dar prisão.
6 - lembro, ainda, que numa democracia tentar calar, sob ameaça (coacção), seja ela qual for, opiniões sobre a política praticada ou qualquer outro domínio público, é anti-constitucional;
7 - lembro, também, que caso tenham caído na infantilidade de dar uma lista de nomes de pessoas que andam aqui no blog à polícia, isso tem contornos de difamação e, além disso, qualquer juiz verá nisso um acto pidesco e de abuso de poder…além da risota que devem ter provocado nas autoridades, que devem ter mais do que fazer do que aturar birrinhas deste calibre;
8 - obviamente, estes senhores de nível não fizeram nada disto e tentam calar-nos com bluffs em forma de ameaça mas, lembro também, e sem bluff, que muitos senhores de nível têm mais tectos de vidro do que de telha e, se calhar, é melhor terem cuidado com quem se metem;
9 - em consequência do ponto anterior, lembro a estes senhores que neste blog anda por aqui gente competente nos seus trabalhos, profissionais, políticos, sendo a maioria detentor de grau académico. Obviamente que ser licenciado, mestre ou doutor, não faz as pessoas melhores, mas se invoco este aspecto é só para lhes lembrar, caros senhores de nível, que não somos canalha a quem um berro vosso ou títulos amedronte;
10 - por último, gostava também dizer que, numa completa alteração da ordem social, jurídica e judicial actual, se fosse possível uma investigação ou instauração de processo sobre as pessoas que os senhores dizem estar nessa lista – sem que tenham a certeza que de facto andem nestes meandros e, por isso, cuidado com as difamações – as vossas carreiras políticas e o vosso nível reconhecido por todos iria para o esgoto, algo que os senhores não devem querer uma vez que todos estes rumores não passam de desespero e medo de perder certos privilégios.

O assunto não está esgotado, obviamente, nestes dez pontos, mas que cada um reflicta e faça a leitura que quiser a partir destes e outros pontos. Fica, no entanto a velha questão no ar, para qual todos sabemos a resposta: tanto medo de nós porquê?
Aos que estão a ser alvos destas ameaças, por favor, não acreditem nesta patranha e não tenham medo de expressar a vossa opinião sobre os políticos que temos, não sejam merdosos e medrosos como estes senhores de nível, de barriga cheia e vistas muito curtas. Expressar opinião sobre a coisa pública é um exercício de cidadania em todos os países democráticos, tentar calar ou limitar este exercício está nos antípodas de qualquer constituição democrática. Antes de sermos lusenses, somos cidadãos portugueses e europeus e temos direitos consagrados em relação ao exercício da nossa cidadania. Se alguém vos tentar calar, denunciem, porque todos temos o direito de saber quem labuta contra a democracia e nos toma por lorpas.

Nota final:
1 - obviamente, que estou a falar de criticas e não de achincalho gratuito à vida privada de pessoas, como o fez/faz o senhor raspadinhas, por exemplo (cf. com ponto 1).
2 - com tanto bluff, aconselho estes senhores de nível a retirarem-se da vida pública e dedicarem-se ao poker.

Continuemos a blogar…

6 Comments:

At 6/17/2006 09:29:00 da tarde, Blogger jibita said...

Quer eu queira quer não queira
Esta cidade
Há-de ser uma fronteira
E a verdade
Cada vez menos
Cada vez menos
Verdadeira
Quer eu queira
Quer não queira
No meio desta liberdade
Filhos da puta
Sem razão
E sem sentido
No meio da rua
Nua crua e bruta
Eu luto sempre do outro lado da luta
A polícia já tem o meu nome
Minha foto está no ficheiro
Porque eu não me rendo
porque eu não me vendo
Nem por ideais
Nem por dinheiro
E como eu sou e quero ser sempre assim
Um rio que corre sem princípio nem fim
O poder podre dos homens normais
Está a tentar dar cabo de mim
Cabo de mim

 
At 6/18/2006 06:19:00 da tarde, Blogger El Tonel said...

Da-se.... acordaste mesmo de mau humor ......

Ainda ligas a essas coisas ao ponto de escrever um post sobre o assunto???... Deixa lá isso pá...

Bamos mazé á Mafalda beber um cafezito... desta vez pago eu... lololol

 
At 6/19/2006 06:33:00 da tarde, Blogger lua-de-mel-lua-de-fel said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

 
At 6/20/2006 10:19:00 da tarde, Blogger Jerico & Albardas, Lda. said...

Continuemos a blogar...

 
At 6/21/2006 09:50:00 da manhã, Blogger El Tonel said...

zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz

 
At 6/22/2006 05:53:00 da tarde, Blogger lua-de-mel-lua-de-fel said...

Jibita: grande música, ainda que pareça que quem está a dar cabo de alguma coisa sejamos nós...
Tonel: não foi um mau acordar, foi mesmo um regurgitar de cansaço desta patetice.
irreverente: quer falar do foro psíquico? quer começar a discussão por reformas com causa 'psiquiátrica' "versus" lugares políticos e de poder? Venha de lá o mote.
faufiu: também soube dessa primeira vez. Pensei, porém, que as pessoas em questão tivessem tomado tino e razoabilidade. Este post só vem porque me escreveram pessoas para o e-mail (já agora, o meu e-mail novo é lua-de-mel-e-fel@hotmail.com, pq o do luso.pt empancou) a contar deste novo surto de ameaças, revelando.se preocupadas.
Como diz o jerico, continuemos...

 

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