OS PADRES AMAROS!!
Agora que se fala tanto do novo filme em vers�o portuguesa "O Crime do Padre Amaro", tive oportunidade de ver ontem a vers�o mexicana da mesma obra!!
Para al�m de ter achado um filme muito bem representado, como tem acontecido com a maioria dos filmes mexicanos recentes que tenho visto, devo dizer que o modo como a hist�ria � contada me tocou imenso!!
Pensei que fosse uma simples hist�ria de amor entre um padre e uma devota! Ao mesmo tempo nunca percebi muito bem porqu� as cr�ticas cat�licas t�o fortes � referida obra!
Agora que vi o filme, percebo perfeitamente a agita��o vivida pela Igreja aquando da estreia do filme!
Est� l� representado tudo o que � "v�cio" e "inseguran�a" entre os membros da Igreja!
O filme p�e em causa normas religiosas (supostamente r�gidas) t�o discut�veis como o Celibato, a posi��o perante o Aborto, os "arranjinhos" religiosos, os ideais que muitas vezes se desviam dos princ�pios religiosos, a devo��o excessiva, as tenta��es constantes, as limita��es e poder dos padres ou o simples facto de sermos obrigados a mudar de opini�o quando os problemas deixam de tocar s� aos outros e come�am a tocar em n�s pr�prios!!
Por muito que a Igreja queira dar a entender que � uma Institui��o que se ergue sobre alicerces seguros e inquebr�veis, sabemos que nos dias de hoje, cada vez mais, a sua estrutura tem vindo a revelar-se desajustada � realidade e vai ficando cada vez mais abalada amea�ando mesmo come�ar a ruir nalguns dos seus aspectos estruturais mais importantes!!
Definindo a mensagem do filme em apenas uma frase eu escolho: "Olha para o que n�s dizemos, n�o olhes para o que n�s fazemos!!"A Religi�o � algo de sagrado e depende das cren�as de cada um de n�s!! Penso tamb�m que a opini�o sobre os problemas que aqui retratei diverge bastante conforme com o n�vel de aceita��o e sensibilidade que cada um de n�s ter� para interpretar devidamente este tipo de situa��es!
De qualquer modo a "Arte" da dovo��o come�a a ser algo de complicado nos dias que correm perante tantos e tantos exemplos de inseguran�a e at� incoer�ncia que v�o caracterizando todo o tecido religioso!!
Parece-me a mim que a comunidade religiosa lusense continua a ter peso e for�a na nossa sociedade!! Seria interessante recolher a sua opini�o sobre a tem�tica que procurei apresentar neste Post!!
posted by Anónimo @ 11/09/2005 09:52:00 da manhã
9 comments
9 Comments:
Nem eu, nem o Sereno, nem o Hor�cio, nem o Cabana, temos coragem para comentar este post... da-se... que isto vai aquecer outra vez!!!
T� bom o vosso blogue.
Continuem, sempre em defesa do Luso que bem merece, para ver se recupera o estatuto que j� teve.
De vez em quando coloco um post referente ao Luso e ao Bu�aco e recebo coment�rios a elogiar as paisagens enviadas, desde o Brasil, E.U.A., �frica do Sul, Argentina, Gr� Bretanha, Espanha, Chile,e at� j� de Finl�ndia !
Um abra�o e at� sempre
Seja bem vindo amigo Ac�cio.
Com os boatos que j� ouvi, parece-me um assunto perigoso de abordar no Luso.... LOLOLOLOLOL... depois ainda nos ca�a o Bloco de Esquerda em cima... d�-se...!!!
O problema n�o est� nas normas r�gidas da igreja. O problema � que o homem tamb�m tem coisas que quando come�am a ficar r�gidas, n�o s�o f�ceis de controlar, nem mesmo pelas for�as divinas.
E n�o venham com hist�rias de que a carne � fraca.
J&A
LOLOLOLOLOL
Caro asdrubal,
tamb�m vi o tal filme, que, em boa verdade, � uma interpreta��o livre do livro do E�a (e uma interpreta��o de que gostei). De qualquer forma, serve de mote ao que nos quer dar a pensar: a postura da Igreja Cat�lica face ao mundo contempor�neo.
Ainda que de alguma pertin�ncia, o credo faz parte da vida privada e �ntima de cada um. Se as normas da Igreja s�o r�gidas ou n�o (e, veja bem, a religi�o cat�lica � a que se pauta por uma maior abertura e flexibilidade face � mudan�a dos tempos e, uma vez que se apoia no livre-arb�trio n�o h� assim tanta rigidez imposta, n�o obstante a m� ac��o que fez ao longo da hist�ria depois de Cristo), n�o me parece ser uma discuss�o para se ter fora da discuss�o teol�gica. Ou seja, essas normas, uma vez que estamos - ou devr�amos estar - num estado laico s� deve ser poss�vel entre aqueles que se assumem como cat�licos, pois � sobre esses que as normas incidem...e s� incidem porque escolheram optar por elas.
O enfoque da quest�o deveria ser a influ�ncia que a Igreja ainda tem no nosso pa�s e na pol�tica. Para o bem e para o mal.
N�o me pense fazer tabu deste assunto, pelo contr�rio, s� n�o o exploro mais para n�o cansar alguns leitores. Temos toda a legitimidade para pensar a Igreja, uma vez que ainda h� esta mistura da religi�o com a pol�tica, que afecta todos, independentemente da religi�o. O facto de achar estranho as beatas e o uso da Igreja como garantia de um certo status s� reflecte esta fronteira demasiado t�nue. � que o problema � sempre esse: o status social que alguns conseguem porque frequentam a Igreja e nisso o Luso � ex�mio. Ora isso, asdrubal, n�o tem que ver com normas da Igreja, mas com a falta de forma��o de alguns que a frequentam, que envergonham (ou devia envergonhar)a pr�pria Igreja.
Seja bem-vindo Sr. Ac�cio e n�o se co�ba de participar! For�a!
Todos acham ridiculo o celibato, todos se enojam do fausto da igreja que deveria praticar a caridade, todos se envergonham do passado hist�rico cheio de atrocidades e injusti�as.
Mas quando o pessoal "est� mesmo � rasca" continua a correr para a igreja, esquecendo todos os problemas anteriormente enumerados. H� dois mil anos que se discute, h� dois mil anos que sobrevive. Crime??? N�o! Quando um ser humano se apaixona, e atinge o "climax" da beleza criada por Deus, na partilha do seu corpo e da sua alma, ser� crime?...
Touch�...
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