� do "Camandro"!

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O Sereno, que � um gajo sempre cheio de ideias e �cusco� como as comadres, tem andado a ouvir ideias aqui e acol�. Resolveu juntar tudo no mesmo desenho para ver o que dava. �N�o podes estar a falar a s�rio!� disse eu. �T�s completamente doidinho concerteza!� disse o Hor�cio. �Tenho de ir ter com a minha namorada!� disse o Cabana saindo porta fora. �Voc�s s�o mesmo bacocos! N�o est�o a ver que s� com projectos integrados e completos, � que � poss�vel fazer alguma coisa que fa�a sentido! Cambada de burros....!� disse o Sereno. �� Sereno... tem tento na l�ngua ou vais andar a dieta de sopas por uns tempos!� avisei eu. �Desculpem... � que quando falo destas coisas, fico logo empolgado...� desculpou-se o Sereno. �Prontos... t� certo... explica l� o teu desenho, sen�o at� ficas �guado!� disse o Hor�cio enquanto fazia sinal � dona do tasco para mandar vir mais uma rodada. �Bem... isto � assim, para resolver o problema do tr�nsito podemos fazer assim... como mostra a figura...� disse ele. �Sim... e???� disse o Hor�cio com aquele ar de incr�dulo s�rio que o caracteriza. �S� h� que ter aten��o a dois ou tr�s pontos... Construir uma rotunda ao p� da escola da Lameira, alargar o t�nel e arranjar a estrada at� ao parque de campismo...� disse o Sereno. � Boa... isso vai desenvolver a Lameira, Carpinteiros e o Bairro... at� nem � est�pido...� disse o Hor�cio. �Depois h� aqui a quest�o do cruzamento do alto da maia, mas, com o alargamento do mesmo, �s custas de uns metros de agapantes, acho que d� para pesados articulados darem a volta no sentido do tr�nsito...� disse o Sereno. �Bem... pelo menos n�o se perde o jardim todo!� disse o Hor�cio. �Ent�o e como vais cortar o tr�nsito no centro do Luso?� perguntei eu. �Construindo v�rios parques de estacionamento como sugeriu o gajo da taska: dois do lado de cima da avenida, um na Turiluso, um no pomar da quinta dos Navarros e outro na sa�da da Venda Nova!� respondeu o Sereno. �Ouve l�... mas esse terrenos s�o particulares!� disse eu. �Expropriam-se ou permutam-se... que queres tu que eu te diga... n�o podemos � ficar engasgados com feudalismos... a terra precisa de mais acessos! Tens de concordar que s�o terrenos que est�o ao abandono � muitos anos� respondeu o Sereno. �N�o sei se te vou chamar comunista ou anarquista... mas anda l� perto!� disse o Hor�cio. �Bem... continuando... e esta mancha verde alface?� perguntei eu novamente. �Isso?... isso � a CVL ? Cintura Verde do Luso! Foi ideia do Pearl e � um conjunto de parques que d�o a volta ao Luso, unindo o vale do pont�o � avenida dos castanheiros e reconvertendo o centro da avenida Navarro!� disse o Sereno. �Castanheiros??? E o que queres tu fazer l� nesse fim de mundo?� perguntei eu. �Um centro de congressos a s�rio, com vista sobre o m�gnifico vale de V�rzeas, reconvertendo igualmente toda a encosta em parque bot�nico com esp�cimens novos, vindos do Bu�aco!� disse o Sereno. �Quando as galinhas tiverem dentes!...� disse eu suspirando. �Ent�o e esta estrada a verde escuro?� perguntou o Hor�cio. �� o modo mais r�pido de desentupir o centro do Luso ? a variante superior da avenida Emidio Navarro. T� certo que vai ser uma estrada com uma inclina��o grande, mas n�o � nada de especial!� respondeu o Sereno. �Os habitantes e as unidades hoteleiras � que n�o v�o gostar nada deste corte de tr�nsito no centro, j� para n�o falar dos taxistas!� disse eu. �Com os devidos condicionamentos de hor�rio e acessos, ser� poss�vel a toda a gente chegar ao seu domic�lio. A baixa de Coimbra tamb�m � assim, n�o �? Quanto aos taxistas do Luso, e s� esses, podemos criar um regime de acessos especial para que possam circular dentro do Luso sempre!� respondeu o Sereno. �� Sereno, j� leste aquele livro que fala justamente sobre este tipo de coisas?� perguntei eu. �Algum livro sobre paisagismo e planeamento?� perguntou o Sereno. �N�o Sereno.... infelizmente n�o... estou a recomendar-te a A ILHA de Aldous Huxley. � um livro bom para ti!...� disse eu mudando de conversa. �Mas o que tem uma ilha da utopia a ver com o Luso?� perguntou o Sereno....