RESPONSOS E QUEBRANTOS!!
"Não acredito em bruxas mas, que as há, há!!"
É uma frase que vem da "sabedoria popular" e que calculo que já todos a tenhamos dito em alguns momentos das nossas vidas!
Disse-a eu mesmo num destes dias à noite quando, em conversa com amigos numa boa bucha, ouvi dezenas de histórias sobre responsos e quebrantos e ao ver que a fronteira entre a "COINCIDÊNCIA" e o "SOBRENATURAL" continua a ser um lugar do qual o homem pouco ou nada sabe!
Montes e montes de gente continua a viver em função do "OCULTO"! O Luso tem vários mestres dos responsos e dos quebrantos e.... a ser verdade o que ouvi, parece que as coisas resultam mesmo... ou não?!!
Quanto mais penso nestas coisas mais pequenino me sinto!
9 Comments:
Parece estranho um tema destes ainda existir no sec. XXI, mas o mais incrivel é que conheço pessoas de vários níveis culturais que não são capazes de questionar se esses responsos, quebrantos, mezinhas, superstições e sei lá mais o quê, que nos foram transmitidos pelos nossos avós e bisavós fazem algum sentido lógico.
E acreditar neles é meio caminho andado para nos sentirmos pequeninos, porque de facto quem acredita é mesmo pequenino... de cabeça. E há cabeças pequenas de bacharéis, licenciados e doutorados. Gente que saíu fisicamente da parvónia, para estudar, mas nunca se soltou mentalmente da "parbónia".
Gente que deveria ter despertado o suficiente para não continuar a trocar os "vês" pelo "bês".
Mas continuam...
Mezinha anti-verrugas.
Pegas numa macheia(*) de sal.
Atiras para dentro de uma fornalha ou lareira.
Fojes antes de ouvir o sal a estalar.
E já está. Não falha. (pelo menos era o que dizia a minha tia-avó)
"macheia" - forma que a malta da parbónia usa quando quer dizer mão cheia.
Outra expressão que eu nem sei escrever:
Rõe (*)
Por exemplo: És mesmo rõe.
(*)Expressão popular burriqueira que na verdade quer dizer ruim...
... e escreve-se e diz-se RUIM.
E por aqui me fico.
Vou buer áuga... -pé.
Não é fojes...
é foges...
Deve ter sido um mau olhado.
Cruzes canhoto.
A fé é que nos salva, diz o ditado.
Mas a minha fé é nas pessoas, meus iguais, que se quiserem podem transformar o mundo, Luso incluído.
Basta-me essa crença.
Não entreguemos ao oculto o que é a nossa responsabilidade.
Há muito tempo que não via o Jerico tão irritado, eheheheh...
Também conheço pessoas, algumas das quais sou amiga e de vários níveis culturais, que recorrem a este tipo de rituais. Se acredito, não. Se compreendo, quase sempre, até porque penso que o que motiva estas pessoas, muitas vezes, é a insegurança e o desespero que lhes tolda a racionalidade (e todos nós temos as nossas muletas existenciais). Estes rituais são, como bem diz o Jerico, culturais e só partilho alguma irritação - diria mesmo urticária - em relação a estas coisas apenas por um ponto que foi referido pelo sentinela: o da desresponsabilização das pessoas pelos seus actos e, acrescento, o medo (?) de pensar por si próprias (a tal menoridade).
Caro Lobo, lamento dizer-lhe que as bruxas não existem, pelo menos no sentido metafísico de que delas fala. O conceito de "bruxa" vem do de "mulher sábia" que depois a religião fez o favor de ligar a pactos satânicos e, com isso, arredar estas mulheres influentes das comunidades. A eterna fragilidade do poder. Outra coisa, serão as coisas para as quais não há (ainda) explicação. Como bem sabe, sempre que o ser humano não compreende determinados fenómenos tem queda para acreditar em causas paranormais, é esta a origem de todas as mitologias, é esta a origem destas crenças e rituais (lembro-me de uma vizinha minha, idosa, que, sempre que lhe fazia companhia e trovejava, me obrigava a rezar com ela o terço, acreditando ela que se tratava de Deus a ralhar pelos nossos pecados). Sabendo nós que ainda não desenvolvemos todas as nossas capacidades cognitivas, penso que ainda não temos forma de explicar esses fenómenos estranhos que acontecem e só nos resta esperar - tenho a certeza que há uma explicação lógica para tudo isto, nem que seja a de que o universo não se rege por leis lógicas.
Não é irritação, Lua. É mesmo urticária, eheheh.
Ainda agora li uma reportagem sobre o Piódão. Quem já lá foi, reparou certamente numas cruzes que estão pregadas nas portas de entrada.
Segundo os habitantes locais, a cruz serve para os proteger da trovoada...
A questão que coloco é esta. Se esta "crença" resulta, porque razão não se espalhou para outras regiões do país.
Porque razão teimou em ficar ligada apenas a um grupo muito restrito de gente?
E eu explico: Porque ficou afecta a gente que não tinha fácil acesso ao mundo envolvente. Ficou ligado a gente que num dado momento ficou desfasada da evolução do mundo.
Quando o Lobo Mau refere que "O Luso tem vários mestres dos responsos e dos quebrantos...", não tenho qualquer dúvida de que isso é verdade.
E apenas significa que ainda temos muito para andar até vermos o mundo exterior e deixarmos de ser burriqueiros.
Mas como não é fácil, vou continuar a coçar...lol.
lol
Até já há um produtor de Hollywood a pensar em rodar uma nova série do "Twilight Zone", aqui no Luso.... diske....
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